Desde o último sábado (27), as barcas, responsáveis pela travessia marítima na Baía de Guanabara, tiveram alteração nos horários de funcionamento, com redução de disponibilidade, justamente no momento de reabertura de grande número de atividades e circulação de pessoas nas cidades do Rio de Janeiro e região metropolitana. A medida criou dúvidas entre os usuários, já que as embarcações são meios de transporte mais espaçosos do que os ônibus, podendo cumprir de forma mais adequada as normas de distanciamento do que os coletivos.
Do início do isolamento social no estado, em meados de março, até o mês de junho, as barcas funcionaram como uma das únicas opções de transporte ligando a capital até a região metropolitana. No entanto, a CCR Barcas, concessionária responsável pela operação, estabeleceu que a partir de agora a última viagem no sentido Praça Quinze (Rio) seja às 20h30 e a última em direção a Praça Arariboia (Niterói), às 21h.
Após esse horário, somente viagens de ônibus estão disponíveis aos passageiros entre as duas cidades. A redução na grade de viagens nas barcas vale para os dias úteis, finais de semana e feriados.
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Das 6h às 9h da manhã, horário de pico de passageiros, as barcas estão saindo das duas cidades com intervalos de 30 minutos, em média. Das 9h30 às 15h, deixam os terminais do Rio e Niterói, com intervalos de uma hora. No horário de pico da tarde, das 16 às 18h, voltam a circular a cada meia hora. A partir das 18h30, circulam com intervalos de uma hora. As modificações, segundo a empresa, serão mantidas enquanto durarem as medidas de combate à pandemia de covid-19.
A medida para evitar aglomeração, anunciada pela CCR, é a programação das roletas para que o número de passagens disponibilizadas seja exatamente igual ao número de assentos da embarcação que deixará o terminal. A concessionária CCR Barcas informou também que a linha que liga a Praça XV ao terminal de Charitas, em Niterói, continua suspensa, enquanto durar a pandemia.
Vale lembrar que a reabertura das atividades na capital e cidades da região metropolitana acontece ainda no momento de alto registro de casos da covid-19 no estado. Até esta segunda-feira (29), 111.883 casos confirmados e 9.848 óbitos por coronavírus no estado, segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro. Há ainda 1.053 óbitos em investigação. Na capital, são 56.351 casos e 6.417 mortes confirmados.
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Segundo a Nota Técnica do MonitoraCovid-19, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), “a diminuição dos atendimentos de casos graves e, consequentemente, o aumento da disponibilidade de leitos de UTI é um dos critérios que devem ser considerados para se adotar medidas de relaxamento, mas não o único. O comportamento das curvas de casos e óbitos, o ritmo e a tendência do contágio, além de expansão da capacidade de testagem para identificar casos e isolar e rastrear os contatos devem ser considerados como alicerces para a retomada das atividades econômicas”.
Edição: Mariana Pitasse