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Documentário denuncia a violência obstétrica no Norte de Minas

“Mulheres que geram: entre a dor e a violência no parto” registra relatos das quilombolas, vazanteiras e pescadoras

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
Lançamento acontece no dia 1º de julho no Facebook e no Youtube da Cáritas Minas Gerais - Divulgação

Sentir dor é algo natural ao trazer uma vida ao mundo, no entanto, é possível que este momento tão importante na vida das mulheres não seja marcado por traumas. Diferenciar a dor natural de uma violência faz parte de um processo de autoconhecimento e clareza de direitos.

No município de Januária, no Norte de Minas Gerais, mulheres quilombolas, vazanteiras e pescadoras denunciam a violência obstétrica em relatos de dor, traumas e violações de direitos. É o que mostra o documentário “Mulheres que geram: entre a dor e a violência no parto”, que será lançado no dia 1º de julho, às 19h, no Facebook e Youtube da Cáritas Regional Minas Gerais.

Para o lançamento, será realizada uma conversa ao vivo sobre “Violência no parto e iniciativas para combater essa realidade”, com a participação de Maria das Dores Pereira da Silva, pescadora e quilombola do município de Januária; Sybille Vogt, enfermeira obstetra e doutora em Saúde da Mulher e da Criança; e a médica ginecologista e obstetra do Hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte, Raíza Aguiar. A live será mediada por Luciana Canela, educadora social do Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH Norte) e psicóloga.

No município, são inúmeros e conhecidos os casos de violência obstétrica, mas muitas mulheres desconhecem seus direitos nesses casos. É preciso ouvir, é preciso falar e denunciar as situações violentas a que mulheres são submetidas diariamente. Foi a partir desse processo que o CRDH Norte reuniu no documentário uma série de histórias de mulheres e suas vivências com o parto.

Início

O trabalho surgiu a partir de uma reunião com comunidades quilombolas e pescadoras no município vizinho de Pedras de Maria da Cruz. Na pauta, estavam questões relacionadas à infraestrutura, como necessidade de melhoria da estrada e garantia de transporte escolar seguro. Porém, um assunto chamou à atenção da equipe: entre uma conversa e outra, muitos desabafos de mulheres vítimas de violência durante o nascimento de seus filhos e de recém-nascidos que vieram a óbito sem que a família recebesse explicações plausíveis.

Desde então, o CRDH Norte se empenhou em realizar, junto às mulheres quilombolas e pescadoras da região de Januária e Pedras de Maria da Cruz, uma atividade que discutisse a humanização dos partos, o combate à violência obstétrica e os direitos das mulheres gestantes, parturientes e puérperas. “Mulheres que geram: entre a dor e a violência no parto” se soma a outras ações de enfrentamento à violência obstétrica buscando denunciar, conscientizar e discutir o tema para que histórias como as documentadas não se repitam.

CRDH Norte

O Centro de Referência em Direitos Humanos – CRDH Norte é um projeto executado pela Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais em parceria com o Governo do Estado de Minas Gerais, através da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), e conta com o apoio da Cáritas Arquidiocesana de Montes Claros.

Confira trecho do filme

Serviço

Lançamento do documentário “Mulheres que geram: entre a dor e a violência no parto”

Quando: 01/07/2020, às 19h

Onde: Facebook e YouTube: @caritasmg

Edição: Raíssa Lopes