As igrejas e templos religiosos que estavam fechados desde março devido ao isolamento social reabriram na última segunda-feira (22). Apesar da proposta de uma reabertura gradual, foi permitido que fosse ocupado o limite de 30% da capacidade dos locais, o que pode variar de 50 até 300 pessoas, uma quantidade de pessoas que já pode ser considerada aglomeração.
Apesar da liberação, existem opiniões contrárias à reabertura da forma que ela vem sendo feita. O pastor da Igreja Evangélica Batista em Casa Amarela, André Paegle, entende que não foi feita uma análise suficientemente cuidadosa sobre os impactos da reabertura no aumento do número de casos “particularmente acho que a data de reabertura das igrejas deveria ocorrer após uma cuidadosa avaliação dos impactos oriundos da reabertura do comércio, os quais só poderão ser avaliados creio eu daqui a uns 15 dias. A partir dessa avaliação, é que se poderia ter uma posição mais segura quanto a reabertura das igrejas”, afirma o pastor.
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Com a proibição dos cultos, a Igreja Evangélica Batista do bairro de Casa Amarela incentivou a comunidade a realizar o isolamento social e está transmitindo três cultos semanais através de lives pelo YouTube, onde todos aqueles que participam da condução do culto o fazem remotamente de suas casas “tem um período de exercitar responsabilidade, conviver com a saudade e vivenciar a solidariedade. Responsabilidade, pois a igreja tem procurado cumprir o máximo possível o isolamento social, pois entende que só com a colaboração responsável de todos, conseguiremos passar por essa pandemia diminuindo os danos; Saudade do convívio humano, visto que a dimensão comunitária é algo essencial na vida da igreja; Solidariedade, uma vez que nessa pandemia a igreja sentiu-se chamada a vivenciar as palavras de Jesus: ‘eu não vim para ser servido , mas para servir’”, disse André.
Eu acho que não deveriam ter aberto, não há segurança.
Já o monge beneditino e assessor de movimentos populares Marcelo Barros, percebe que não é o momento para a reunião de pessoas, ainda que por motivos religiosos. "Eu acho que não deveriam ter aberto, não há segurança, a gente está vendo notícias diariamente em que o número de mortes vem aumentando e o contágio é muito grande e tudo indica que a única referência atual de solução é o isolamento, ficar em casa", afirmou o monge.
Além disso, Marcelo alerta que a igreja não é só feita dentro dos templos, mas principalmente na vida dentro e fora deles. "Eu acho que a gente está em um tempo em que as igrejas deveriam ser igrejas domésticas com pequenos grupos em casa ou nenhum grupo. A fé não é apenas externa, não é o culto extremo, não é feita somente dentro dos templos, a igreja se vive no mundo, na missão, na solidariedade”, disse o monge, que completa "igreja significa assembléia de irmãos e irmãs, capazes de testemunhar o projeto de Deus no mundo, então não é apenas no religioso, mas se dá no plano social e no campo ético".
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Funcionamento
Na última quinta-feira (18), diversos membros da igreja ligados à área de saúde pública tomaram a decisão de não reabrir de imediato os templos religiosos. Assim, preferiram esperar mais um pouco para se prepararem melhor para a reabertura. Algumas das medidas obrigatórias são a aquisição de Equipamento de Proteção Individual (EPI’s) para os funcionários da igreja, a aquisição de aparelhos para medição de temperatura, a facilitação do acesso de álcool em gel no interior das igrejas e templos e garantir que exista um intervalo de no mínimo três horas entre uma celebração e outra, entre outras orientações.
Com isso, a Arquidiocese de Olinda e Recife (AOR) só deve realizar a reabertura das igrejas e templos a partir do próximo sábado (27), quando acontece a vigília de São Pedro e São Paulo. Já a Federação Espírita Pernambucana divulgou que continuarão com suas atividades de forma virtual, até que possa cumprir todas as recomendações do protocolo. Já as igrejas protestantes estão seguindo as recomendações das suas respectivas congregações, por isso devem decidir de forma individual.
Fonte: BdF Pernambuco
Edição: Rodrigo Chagas e Vanessa Gonzaga