O secretário estadual de saúde do Rio de Janeiro, Fernando Ferry, pediu demissão na manhã desta segunda-feira (22). Em vídeo enviado à TV Globo ele disse "tentou", depois de ter ficado pelo período de um mês no cargo.
“Hoje estou pedindo exoneração do meu cargo de secretário de Estado de Saúde do Rio de Janeiro. Queria dizer que eu tentei. Eu agradeço ao governador por ter me dado esta oportunidade de tentar resolver estes graves problemas que estamos vendo na saúde. Eu só queria dizer mais uma coisa: peço desculpas à população. Mas a única coisa que eu tenho a falar: eu tentei. Obrigado e espero que vocês me desculpem”.
Poucas horas após o pedido de exoneração de Ferry, o governador Wilson Witzel (PSC) anunciou o coronel médico do Corpo de Bombeiros Alex Bousquet como novo secretário de Estado de Saúde. Bousquet será o terceiro secretário de saúde do governo em meio à pandemia do novo coronavírus.
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Fernando substituiu Edmar Santos, no dia 17 de maio, e tentava afastar a crise que atingiu a pasta depois de denúncias de compras fraudulentas e superfaturadas de equipamentos e insumos para o combate à pandemia da covid-19. As denúncias provocaram a abertura de impeachment contra o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC).
Nas últimas semanas, o Rio de Janeiro vem flexibilizando o isolamento social decretado pelo governador do estado em março deste ano. Até o último domingo (21), o estado do Rio tinha 96.133 casos confirmados e 8.875 mortes provocadas pela covid-19, segundo boletim da Secretaria de Estado de Saúde. Há ainda 1.152 óbitos em investigação.
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Mais cedo, nas redes sociais, com anúncio de exoneração, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB), que também é médica, comparou a situação de calamidade do estado à ausência de ministro da Saúde no nível federal. Desde que deixou que Nelson Teich pediu demissão, no dia 15 de maio, do governo Bolsonaro, a pasta é comandada interinamente em plena pandemia.
"O Brasil não tem ministro da Saúde e agora o Rio não tem secretário de Saúde. E todo esse caos no meio de uma crise sanitária gravíssima, histórica. Venderam em 2018 a ideia de governos 'diferentes' e a população viu a bomba que são um ano e meio depois", afirmou a parlamentar.
Edição: Eduardo Miranda