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Um milhão de infectados: Bolsonaro atesta a marca fúnebre da maior tragédia humana

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Ninguém fabrica 1 milhão de casos confirmados e quase 50 mil óbitos.
Ninguém fabrica 1 milhão de casos confirmados e quase 50 mil óbitos. - Michael Dantas/AFP
Neste cenário todo, quem sofre ainda mais são os profissionais da saúde

O Brasil atinge a marca fúnebre de 1 milhão de casos confirmados e quase 50 mil mortos, antes de começar o inverno, desta que é a maior pandemia da história do mundo e a maior tragédia humana que este país já viveu: a covid-19. 

Só para as pessoas terem uma ideia, a dengue, que é a principal endemia no Brasil há décadas e a principal endemia no mundo em relação a números de casos anuais, no ano de maior número de mortes por dengue no Brasil dos últimos 20 anos, que foi em 2015, nós tivemos 900 mortos ao longo de todo o ano. Morre-se por covid-19 hoje no Brasil em um dia o que a dengue matou no seu pior ano dos últimos 20 anos. 

Essa marca fúnebre é uma expressão clara do projeto genocida de Bolsonaro, que colocou o país numa marcha, na sua estratégia, de tentar infectar o mais rápido possível 70% a 80% do povo brasileiro. O problema é que os estudos e evidências dos países do hemisfério norte – e mesmo os inquéritos sorológicos já realizados no Brasil – revelam que para infectar 70% da população, teríamos uma tragédia de cerca de 10 a 15 vezes maior do que nós já estamos vivendo. 

Bolsonaro parece não recuar na sua estratégia de desprezo à vida, ao colocar a população em risco. Uma das expressões disso é o desmonte do Ministério da Saúde. Neste cenário todo, quem sofre ainda mais são os profissionais da saúde. Os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que mais de 12% dos infectados confirmados no Brasil são profissionais de saúde. Além disso, quem mais sofre são as pessoas que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde e sobretudo as pessoas das periferias, os negros e as negras. 

E neste cenário Bolsonaro mais uma vez incita o ódio e a violência, ao mobilizar a sua horda violenta para invadir os hospitais acusando os profissionais de saúde de estarem fabricando o número de óbitos. Ninguém fabrica 1 milhão de casos confirmados e quase 50 mil óbitos. Essa é uma fábrica que não existe. Quem fabrica os mortos no Brasil é a política e a estratégia genocida de Bolsonaro. 

Essa semana, inclusive, apresentei um Projeto de Lei na Câmara dos Deputados, o PL 3311/2020, que reforça a autorização para que conselheiros do controle social, representantes sindicais, trabalhadores do serviço de saúde, representantes de conselhos profissionais tenham uma autorização de registrar, filmar e denunciar condições de trabalho nos hospitais, reforçando a preservação da integridade e da privacidade dos pacientes e criminalizar sim, punir inclusive com prisão, as pessoas que passam a invadir os hospitais, para fazer filmes, para fazer lacração na internet sem respeitar a privacidade dos pacientes.

Edição: Rodrigo Chagas