É razoável pensar que o paradeiro de Queiroz, onde fazia churrascos, era conhecido das autoridades
A prisão de Fabrício Queiroz, incômodo elo do Palácio do Planalto com a milícia do Rio de Janeiro, dá uma boa complicada na situação de Bolsonaro. Tratamos nesta edição dos possíveis desdobramentos de mais essa crise e falamos também da demissão de Weintraub, de violência policial e da perigosa impressão de que chegamos ao pico da pandemia de coronavírus. Sirva um suco de laranja e boa leitura.
1. Flexibilização da quarentena. Nem Fabrício Queiroz, que cumpria o isolamento social havia um ano e meio, resistiu à flexibilização da quarentena. Na manhã de quinta (18), o PM aposentado e ex-assessor de Flávio Bolsonaro, que na verdade é amigo de longa data e faz tudo do próprio Bolsonaro, foi descoberto pelas polícias civis do Rio e de São Paulo em uma casa em Atibaia que pertence a Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, que o chama de Anjo, nome que batizou a operação policial.
Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça do Rio, a pedido do Ministério Público do Rio, que investiga a participação de Queiroz em um esquema desvio de vencimentos de servidores do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.
Wassef, um controverso advogado que se aproximou dos Bolsonaro em 2014, estava morando em Brasília, esteve na posse do novo ministro das Comunicações nesta semana, dizia saber “tudo que tramita na família Bolsonaro” e que jurava de pé junto não saber onde estava Queiroz, mantinha o ex-policial em seu sítio há cerca de um ano, segundo teria dito o caseiro da propriedade.
Esse detalhe não é pequeno: é razoável pensar que o paradeiro de Queiroz, que fazia churrascos frequentes no local, era conhecido há bastante tempo pelas autoridades. No país em que a realidade subverte a ficção, até mesmo a filha de Olavo Carvalho já havia divulgado o paradeiro de Queiroz. Além de finalmente encontrá-lo, a polícia cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de uma ex-funcionária de Flávio e também tentava prender Márcia de Aguiar, esposa de Queiroz, que agora é considerada foragida da Justiça.
Depois de tanto se esconder, a questão agora é saber o que Queiroz esconde. Para Bernardo Mello Franco, colunista do jornal O Globo, Queiroz pode vir a ser o que PC Farias foi para Collor, com o agravante de que hoje em dia existe delação premiada. A revista Crusoé escreve que o entorno presidencial tinha noção de que Bolsonaro ficaria em maus lençóis caso se descobrisse que Queiroz estava escondido na casa de Wassef.
Queiroz, lembremos, costumava mandar recados dizendo que sua mulher e sua filha não poderiam ser presas. Nesta sexta (19), o repórter Flávio Costa revela no UOL que o ex-capitão Adriano Nóbrega, chefe da milícia Escritório do Crime, transferiu mais de R$ 400 mil para as contas bancárias de Queiroz, que teria conversado com Wassef e com o advogado responsável pelas contas eleitorais de Flávio para tratar de uma proposta financeira a Adriano e seus familiares, em troca de silêncio.
Outra informação levantada pelo MP-RJ na investigação dá conta de que Queiroz pagou - com dinheiro vivo, é claro - até mesmo plano de saúde e mensalidade escolar das filhas de Flávio. Sem brotar no cercadinho do Alvorada e abatido na tradicional live das quintas, Bolsonaro teria se queixado a aliados que o Judiciário está construindo um clima político para derrubá-lo. Ainda nesta semana que passou, o MPF encontrou movimentações atípicas nas contas de um policial militar que é suspeito de envolvimento no esquema de rachadinha de Flávio Bolsonaro, em mais um sinal de ampliação do cerco sobre o 01.
2. Está chegando a hora de tudo ser colocado no lugar. A prisão de Queiroz encerra uma semana daquelas para Bolsonaro. Sabendo que precisava pacificar a relação com o STF para escapar tanto do processo no TSE quanto do inquérito por fake news, Bolsonaro preferiu manter um discurso ambíguo, em que mordia o Supremo em público, respaldando seus apoiadores, e assoprava no privado com emissários aos bastidores.
Os ataques verbais e simbólicos no final de semana esgotaram a paciência do STF, mas surpreendentemente foi a PGR de Augusto Aras quem tomou a iniciativa de realizar o desejo de Sara Winter em ser presa, junto com outro líder dos tais 300 com ligações com figuras de dentro do Planalto, além de, na sequência, pedir e conseguir a quebra de sigilo bancário de dez deputados e um senador bolsonarista.
Os pedidos estão relacionados ao inquérito que investiga os atos contra o Congresso e o STF, mas na prática, ao “seguir a grana”, os pontos que a PGR e o STF estão ligando mostram que o mesmo esquema de empresários que teria financiado o disparo de mensagens e fake news nas eleições continua em funcionamento, agora para atacar os outros poderes.
Inquérito que continua no STF por decisão da maioria dos ministros em um julgamento com muitos recados para Bolsonaro nos votos. Para completar a semana de más notícias, o Ministério Público junto ao TCU pediu a abertura de uma investigação sobre a compra, sem licitação, de matéria-prima para medicamentos à base de cloroquina pelo Comando do Exército, por um valor que seria seis vezes maior. O procurador que assina o pedido indica que a responsabilidade de Bolsonaro deve ser apurada.
3. Corda esticada. Quando acuado, Bolsonaro costuma a elevar o tom da ameaça e, ao mesmo tempo, recorrer aos militares. O caso Queiroz, porém, é mais difícil de ser engolido por seus apoiadores como perseguição sofrida por sua luta contra o comunismo mundial e reforça a tese de que Bolsonaro só se interessa em proteger a família.
O abatimento do chefe respingou nos seus seguidores, que diminuiram a movimentação no WhatsApp e também nas redes sociais. Acuado, é provável que Bolsonaro tenha que se contentar apenas com os ataques verbais, como as ameaças de medidas mais duras durante a semana, que não se confirmaram, com exceção ao ataque ao cartunista Aroeira por uma charge que ironiza o absurdo de invadirem hospitais e à ameaça de desvendar “podres” de políticos de Brasília, talvez usando um colunista de fofoca como arma secreta.
Quanto aos militares, o que tem se dito até agora é que a adesão ao bolsonarismo parte muito mais dos generais de pijama, enquanto os militares da ativa estariam afastados da política, blindados pelo comandante do Exército Edson Pujol, e inclusive teriam reprovado a nota em que Bolsonaro, Mourão e o ministro da Defesa diziam que as Forças Armadas não cumpririam “ordens absurdas”.
Enquanto isso, Luis Nassif vê a visita de Gilmar Mendes ao Alto Comando Militar como um sinal de que o STF está tentando se “calçar” para seguir investindo contra Bolsonaro. Se por um lado as Forças Armadas não se animariam em promover um golpe em defesa de Queiroz, das rachadinhas e de laranjas, por outro, há mais de 2,7 mil militares trabalhando para o governo, o que significa salário maior e a possibilidade de incorporação das gratificações ao salário, enquanto a escolha do próximo general de quatro estrelas está sinalizando uma crescente politização da caserna, como constata a revista Época.
O resultado dessa equação é que parte dos militares já trabalha com uma saída Mourão. Uma solução que reanimaria os pedidos de impeachment, quando até a oposição já não botava muita fé - vide as declarações pouco animadas de Dilma Rousseff, Flavio Dino e Cid Gomes na mesma semana. Para Alon Feuerwerker, a estratégia da esquerda é apostar no desgaste do bolsonarismo para chegar com força em 2022, apostando que se forme uma maioria eleitoral com a liquidação do governo, enquanto a direita já estaria pensando num bolsonarismo sem Bolsonaro.
4. Bolsonarização dos quartéis. Um aspecto a ser considerado na capacidade de reação de Bolsonaro tem a ver com a politização das polícias militares, que nesta semana deram mais sinais de alinhamento ao bolsonarismo. De acordo com o próprio governador do Distrito Federal, a Polícia Militar sabia dos ataques com fogos de artifício contra o STF e não fez nada para impedir.
A mesma impressão tiveram os ministros do STF. Em São Paulo, ainda no final de semana passado, a PM preferiu investir contra um repórter do UOL a fustigar jovens que usavam símbolos nazistas. Enquanto essas situações aconteciam, Bolsonaro fez mais um aceno às corporações, desta vez beneficiando policiais civis do DF, federais, rodoviários federais e legislativos, com a concessão de paridade ao salário dos aposentados.
De acordo com o jornalista Vicente Nunes, do Correio Braziliense, governadores ficaram em alerta ao notar que suas PMs estão fechadas com o bolsonarismo, inclusive com contatos por parte do chamado gabinete do ódio. Reportagem do UOL mostra que as manifestações a favor e contra democracia escancararam essa situação, revelando ainda que mais de sete mil policiais militares disputaram eleição entre 2010 e 2018. Outra mostra de que as corporações policiais têm no mínimo complacência com Bolsonaro é a informação trazida pelo jornal O Globo, segundo a qual a Polícia Federal pediu ao STF postergar ou cancelar a operação contra bolsonaristas nesta semana.
5. Nota zero. Nem a quinta-feira tumultuada com a prisão de Queiroz adiou a Abraham Weintraub no cargo de ministro da Educação. A demissão era esperada durante toda semana como uma tentativa de trégua de Bolsonaro com relação ao STF, que aguarda essa demissão desde a revelação do conteúdo do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril e decidiu, por 9 votos a 1, mantê-lo no inquérito das fake news.
Depois de demonstrar o desejo de prender os “vagabundos do STF”, Weintraub apareceu no ato contra o Supremo no fim de semana em Brasília, evidenciando que sua demissão já estava selada. Para a colunista Bela Megale, do jornal O Globo, nos últimos tempos Weintraub dava sinais claros de que já trabalhava em um projeto político pessoal. Nos bastidores, membros do Supremo afirmaram que a demissão ajuda a distensionar o clima entre os poderes, mas que Bolsonaro ainda precisa fazer mais para “zerar o jogo”.
Como se trata de um membro da “ala olavista” do governo e defendido pelos filhos de Bolsonaro, a demissão demorou para ocorrer até encontrar uma saída honrosa para o ministro: uma diretoria no Banco Mundial - no exterior, é claro, evitando assim a chance de uma prisão. Só que é preciso combinar com os russos, isto é, com colombianos, equatorianos e outras seis nacionalidades representadas pelo Brasil na diretoria, e há risco de que a indicação se torne uma piada internacional.
De saída, Weintraub ainda teve tempo para revogar uma portaria que estimulava a destinação de cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação das instituições federais de ensino superior. O Congresso vai tentar tornar a revogação da portaria sem efeito. Ao fim, Weintraub deixa a pasta com uma gestão marcada pela inação, demonstrando proatividade apenas para bagunçar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), atacar universidades e estrelar vídeos vexaminosos.
Agora, a discussão será sobre sua sucessão. Em meio a especulações até sobre a fusão do MEC ao Ministério de Ciência e Tecnologia, o nome mais forte para substituir Weintraub até o momento é o do atual secretário de Alfabetização, Carlos Nadalim, da mesma forma um seguidor do guru Olavo de Carvalho, que mantém sua influência sobre o MEC.
Mas a lista de postulantes ao cargo é maior e há uma disputa pela titularidade da pasta. Enquanto isso, o Centrão que também almeja o cargo ministerial, ganhou mais uma diretoria no bilionário Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
6. Acabou a pandemia? O cientista político Alberto Carlos Almeida lembra que o expediente de Bolsonaro no Alvorada costuma ser curto para um presidente da República e que, em vez de se dedicar às questões de saúde e economia, Bolsonaro se dedica apenas à crise política que ele mesmo criou.
Não é à toa que uma pandemia de proporções históricas torna-se um assunto secundário no Brasil, mesmo o país sendo o campeão em número de mortes diárias e o segundo na lista do total de mortes por coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos. Sobre o coronavírus, a única fala de Bolsonaro nesta semana foi que “ninguém mais aguenta o fica em casa”.
Reunião de emergência com ministros? Só se for sobre o caso Queiroz. O general à frente da Saúde mantém uma baixa execução orçamentária e se preocupa mais em perseguir servidores por opiniões em redes sociais. Enquanto isso, num espetáculo grotesco, o Flamengo joga no Maracanã no dia em que o presidente do clube consegue com Bolsonaro uma MP que enfraquece a Globo nas negociações sobre os direitos de transmissão.
Parece até que a pandemia acabou. Estamos nos valendo de uma constatação que pode ser precipitada e é certamente problemática: o Brasil está há três semanas mantendo o ritmo do registro de mortes oficiais, numa média altíssima de quase mil por dia, o Ministério da Saúde acredita que o Brasil está “caminho da estabilização" de casos e óbitos e a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) também afirma que estamos num processo de estabilização da curva de contágios, ainda que seja cedo para concluir que o pico já tenha chegado.
A constatação é problemática porque o Brasil ainda faz muito poucos testes para chegar a um número mais próximo da realidade e há ainda as falhas de subnotificação e atraso no registro de óbitos. A prefeitura de Joinville, para ficar num exemplo, começou a testar usuários do transporte coletivo e mais de 10% dos testes deram positivo. Além disso, a ideia de uma estabilização pode ser precipitada, na medida em que o relaxamento das medidas de distanciamento social possam levar a uma nova escalada na curva ou a uma extensão do platô.
Se a situação em Manaus parece estar mais controlada, o vírus parece estar se espalhando mais rapidamente no Sul do Brasil, reproduzindo o mesmo ciclo da influenza no Brasil. Reitor da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) e coordenador de estudos que analisam o espalhamento do vírus no Brasil, Pedro Hallal tem defendido que efetivo mesmo seria um lockdown de 15 dias, para forçar a curva para baixo.
Boa notícia, por enquanto, só o anúncio feito pela Universidade Oxford, no Reino Unido, de que um estudo com o corticóide dexametasona reduziu a mortalidade de pacientes em ventilação mecânica, com um porém importante: o medicamento apresentou resultados positivos entre pacientes graves e moderados, mas não é a cura da Covid-19 e não pode ser usado indiscriminadamente, já que pode ser perigoso para pacientes leves.
7. Pode ficar pior. Proporcional ao desprezo de Bolsonaro pelas vítimas da covid-19 só mesmo a indiferença de Paulo Guedes pelas vítimas econômicas da pandemia. Segundo o Banco Mundial, não fosse o auxílio emergencial que a equipe de Guedes sonha em extinguir, sete milhões de brasileiros teriam ingressado na linha de extrema pobreza.
Enquanto isso, 14,6 milhões de pessoas estiveram afastadas do trabalho, enquanto 17,7 milhões não conseguiram procurar emprego por conta da pandemia. Diante da tragédia, a Cloroquina de Guedes é a mesma desde 2018: menos direitos - com a proposta de ampliação do prazo para suspensão integral de contratos e redução de salários para quatro meses - e a volta das privatizações, mirando ainda neste ano a Eletrobras, os Correios, o Porto de Santos e a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), além de abrir o capital da Caixa Seguridade.
Neste contexto, voltaria à ordem do dia a privatização do saneamento público através do novo marco regulatório, para alegria do mercado. Mesmo autorizada pelo Congresso e diante de uma pandemia, a equipe econômica sequer cogita ultrapassar o santificado teto de gastos.
Na Folha, perguntando se os empresários vão apoiar a política do “joelho no pescoço”, Vinicius Torres Freire diz que a única forma do plano Guedes-Bolsonaro funcionar é com a combinação de miséria prolongada e repressão. Enquanto isso, um dos setores mais precarizados e visíveis na pandemia, os entregadores de aplicativos preparam uma greve nacional para o próximo dia 1º de julho.
8. Sem sinal. O novo ministro do recriado Ministério das Comunicações Fabio Faria assume com a missão de prestigiar o centrão e o sogrão Silvio Santos, num cargo que historicamente distribuiu concessões e verbas de publicidade em troca de apoio político. Se os veículos evangélicos já levaram mais de R$30 milhões em verbas, as emissoras católicas conservadoras já devem bater a porta do novo ministro com a mesma reivindicação.
A parte fisiológica deve ser mais fácil de atender do que outro problema que já esperava Faria antes da posse: o leilão da banda 5G na telefonia móvel. A ala olavista liderada por Ernesto Araújo quer que o país atenda aos desejos dos EUA e não permita a participação da chinesa Huawei. Nisso, os olavistas são apoiados pelos generais Augusto Heleno e Braga Netto. Como a chinesa tem a tecnologia de ponta na área, significa na prática se contentar com nenhum serviço ou com serviço pior na área.
O caso é grave o suficiente para o desparecido Rodrigo Maia se manifestar pela “despolitização” do leilão e a ministra Tereza Cristina cogitar sua demissão caso a perseguição ideológica permaneça. A insistência do Itamaraty ocorre mesmo quando o governo norte-americano, mais uma vez, dá aquela ignorada no governo brasileiro e anuncia que não apoiará o candidato brasileiro ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Quanto ao 5G, ainda que previsto para o final deste ano, é possível que seja adiado para 2021 por conta dos problemas técnicos causados pela pandemia.
9. Escalada. Desde as primeiras edições do Ponto, temos lembrado como a eleição de Bolsonaro foi entendida como licença para matar pelas polícias militares nos Estados. A cada seis horas, uma pessoa é morta “decorrente de intervenção policial” em São Paulo. Mesmo com o isolamento social, este índice cresceu 54,6% em abril, tornando este quadrimestre como maior número de mortes desde que os dados passaram a ser registrados em 2001.
O argumento policial de que as mortes são repostas ao aumento de crimes contra o patrimônio não se sustenta, já que a própria PM registra redução drástica de crimes cometidos em período simultâneo. Para especialistas ouvidos pelo Estadão, o cenário indica, na verdade, uma escalada da violência policial em São Paulo, principalmente nas periferias. A ação da PM, resultando no assassinato de um adolescente, provocou um protesto com seis ônibus queimados na Vila Clara, zona sul da capital paulista.
Ainda em São Paulo, 14 policiais foram afastados por agredirem moradores do bairro Jardim Belval, em Barueri (Grande SP). Enquanto isso, na Bahia, outra criança foi morta decorrente de uma ação policial: Micael Silva Santos, 12 anos, foi baleado durante ação da PM baiana, quando tentava se proteger, no bairro do Vale das Pedrinhas, em Salvador, no domingo.
Já no caso da morte do menino João Pedro Matos Pinto, pela ação da polícias Civil e Federal em São Gonçalo, foi revelado que o delegado responsável por investigar o caso integrou o grupo de policiais realizou a operação. A Defensoria Pública defende que o caso seja investigado por uma instituição independente, como o Ministério Público, e não pelos próprios policiais.
10. Ponto Final. Nossas recomendações de leitura.
. ?Bolsonaro usa militares contra as instituições?. Em entrevista ao Globo, o cientista político Christian Lynch analisa o papel dos militares no governo e a unidade em torno de Bolsonaro para viabilizar um governo de direita que vá além de 2022.
. Enquanto debatemos o golpe, já vivemos sob tutela militar. No Sul21, o advogado Marcio Félix lembra que não basta o impeachment para restaurar o Estado democrático de direito, é preciso desmilitarizar e desjudicializar a política.
. Desemprego fora das estatísticas oficiais: os últimos dados sobre trabalho. A economista Iriana Cadó analisa para o Brasil de Fato os dados do IBGE sobre o mercado de trabalho para demonstrar que a taxa de desemprego é de 29%, muito maior do que a anunciada.
. As águas do Brasil sob risco de privatização. O podcast Tibungo entrevista o secretário-executivo do ONDAS (Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento), Edson Aparecido da Silva, sobre a privatização da água e do saneamento pelo novo marco regulatório da área.
. Aulas online obrigam milhões de alunos a usar app de empresa obscura que criou TV Bolsonaro. O The Intercept revela como uma empresa obscura, envolvida em fake news e na campanha de Bolsonaro está capturando dados de estudantes e famílias através da educação a distância.
. “A educação no Brasil só vai respirar quando Bolsonaro deixar a presidência”. Professor da USP e membro da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara não tem nenhuma esperança de que a saída de Abraham Weintraub do Ministério da Educação represente uma mudança significativa no setor. Ele fala sobre o avanço do Ensino a Distância (EaD) e dos riscos ao Fundeb, entre outros pontos.
. As mortes incógnitas da pandemia. Na Piauí, os infográficos sobre Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) demonstram o tamanho da subnotificação e de como mortes semelhantes aos sintomas da Covid-19 não entram na contabilidade oficial.
. A real sobre Wassef e o caso da “seita satânica” ou “bruxas de Guaratuba”. No Jornal GGN, Cintia Alves apresenta outra versão para a notícia que se espalhou nas redes sociais associando o advogado da família Bolsonaro com seitas satânicas.
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Edição: Leandro Melito