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Pesquisa avalia eficácia da vacina contra paralisia infantil no combate à covid-19

A imunização forma uma barreira de proteção que dificulta o contágio pelo coronavírus e outras infecções, segundo estudo

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Pesquisadores alertam que a comprovação da eficácia depende de mais estudos - Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil

A vacina contra a poliomielite – popularmente conhecida como paralisia infantil – pode ser a mais nova arma contra a Covid-19. Mas, para ser usada, dependerá dos resultados obtidos a partir de uma pesquisa, em andamento, desenvolvida pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Alguns estudos já apontam que essa vacina teria poder de formar uma barreira contra vários tipos de infecções e por isso, agiria fortalecendo o sistema imunológico a ajudando a evitar o contágio pelo novo coronavírus.

Uma das explicações para esse efeito da vacina contra a pólio seria o fato de usar um vírus vivo - enfraquecido ao ponto de não causar infecções – mas forte o suficiente para levar o corpo a produzir defesas usadas para o combate de ameaças identificadas pelo organismo.

Uma outra frente da pesquisa é observar se essa vacina também tem efeito na diminuição dos sintomas que levam os pacientes aos quadros mais graves da Covid-19.

Outras duas vacinas estavam no páreo para serem estudadas pela universidade: a BCG que age contra a tuberculose e vacina contra o sarampo. Mas, o coordenador da pesquisa, Edison Fedrizzi, explicou os motivos que levaram à escolha da vacina contra a paralisia infantil.

O fato de ser uma gotinha aplicada via oral foi outro ponto a favor dessa vacina, já que, administrada no adulto, cria uma barreira de proteção importante nas vias aéreas, principal porta de entrada do novo coronavírus no indivíduo.

O coordenador dos estudos destaca que não tem conhecimento de que outros centros de pesquisa no mundo estejam usando a vacina oral contra a polio como base de estudos, mas que o virologista norte-americano Robert Gallo, junto com o Centro de Controle de Doenças – pensa em fazer estudos nesse sentido.

Inicialmente, a pesquisa será feita com 300 profissionais da área de saúde, já que eles são mais expostos ao novo coronavírus. Mas, apesar de promissora, tem esbarrado em dificuldades financeiras, como detalha Fedrizzi.

A viabilidade de utilizar essa vacina ainda depende de mais estudos, que comprovem se realmente existem evidências de proteção contra o novo coronavírus. Por isso, os pesquisadores fazem um apelo para que a população aguarde resultados antes de sair em busca dessa vacina.