O governo federal prorrogou, até 10 de julho, o poder das Forças Armadas sobre todas as operações contra desmatamento ilegal e incêndios na Amazônia Legal. O decreto, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro em 10 de junho, é uma extensão de uma ordem do mês passado.
Com o ato, o governo retira a autonomia de órgãos de proteção ambiental antes responsáveis pelas ações, como o Ibama e o ICMBio, e os coloca sob a tutela dos militares – em especial, do ministro da Defesa, o general Fernando Azevedo e Silva, que agora tem a palavra final sobre as operações.
Ainda conforme o decreto, ficam liberadas “ações preventivas e repressivas” pelos militares em faixa de fronteira, terras indígenas, unidades federais de conservação ambiental e em outras áreas federais nos Estados da Amazônia Legal.
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Desmatamento
Dados divulgados nesta semana pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que, entre agosto de 2018 e julho de 2019, o desmatamento da Amazônia cresceu 34% em comparação ao mesmo período do ano anterior. No total, foram mais 10 mil quilômetros quadrados de mata perdida.
Segundo especialistas, as queimadas poderão coincidir com o pico da pandemia e causar ainda mais estragos, por exemplo, a comunidades indígenas da região.
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Edição: Rodrigo Chagas