No final da tarde de quinta-feira (4), o Brasil de Fato RS recebeu uma informação anônima de que haveria casos de estagiárias testadas positivo para covid-19 na Promotoria de Justiça de Palmeira das Missões e que os demais servidores continuavam a trabalhar no local. Antes de divulgar, fomos averiguar a veracidade da informação com os promotores, que informaram via fone do Plantão que “não dariam entrevista sobre isso”.
No dia 28 de maio, publicamos matéria sobre o retorno dos servidores do Ministério Público às atividades presenciais e a preocupação das suas entidades representativas. Segundo os dados da Secretaria Estadual de Saúde a cidade de Palmeira das Missões tem 70 casos confirmados e está com a Bandeira laranja, de Risco médio.
O presidente do Sindicato dos Servidores do Ministério Público do Rio Grande do Sul (SIMPE), Jodar Pedroso Prates, afirmou ao Brasil de Fato que lamenta muito se for confirmado mesmo a existência de trabalhador do Ministério Público (MP) positivado para covid-19, “apesar de não ficar surpreso porque semanas atrás a administração foi advertida pelo Sindicato de que era uma temeridade instituir o retorno às atividades presenciais mesmo que de forma reduzida como tem sido, porque não havia essa necessidade”. Segundo ele, os servidores do Ministério Público estavam fazendo um bom trabalho de forma remota e continuam fazendo um bom trabalho de forma remota.
Jodar destacou ainda que foi realizado um levantamento dias atrás sobre a quantidade de atendimentos que o Ministério Público tem feito após o retorno, e o resultado tem sido irrisório. “Promotorias grandes como Pelotas, Passo Fundo, com um, dois, três atendimentos presenciais a cada 10 dias. O que demonstra que não havia, não há nenhuma necessidade do retorno das atividades presenciais. Os servidores estão voltando para as Promotorias de Justiça apenas para fazer o que estavam fazendo em casa, sem nenhum nexo essa decisão”.
O dirigente sindical espera, se for confirmado o caso na Promotoria de Justiça de Palmeira das Missões, que o diretor da Promotoria de Justiça, bem como a Administração Superior do MP, adote as medidas cabíveis para resguardar todos os servidores, todos os trabalhadores, todas as pessoas que frequentem o ambiente de trabalho, assim como higienizar os equipamentos, documentos que foram manipulados por essa pessoa, no caso.
Na sexta-feira (5), o SIMPE oficiou à Administração, solicitando informações se há notícias de servidores, trabalhadores positivados ou sintomáticos, e em caso positivo que providências estavam sendo tomadas. “Espero que ela responda esse ofício para que possamos ter um levantamento da situação aqui no estado. Seguimos tentando fazer um trabalho de esclarecimento, de conversa junto à Administração, ingressamos com duas ações judiciais, uma representação no Conselho do Ministério Público para tentar reverter essa situação porque nós ainda somos o único MP do Brasil que retornou às atividades presenciais, todos os outros estados estão em trabalho remoto, resguardando seus trabalhadores”, informou.
Jodar afirmou ainda que na opinião do Sindicato a Administração é responsável pela saúde dos seus trabalhadores, sobre o que pode acontecer com qualquer trabalhador do MP.
Edição: Katia Marko