CORONAVÍRUS

Desde que Doria anunciou reabertura, SP registrou 25 mil novos casos de covid-19

Em coletiva, governador João Dória ratificou plano, mas não apresentou mudanças na classificação por regiões

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Ouça o áudio:

joao doria
Doria cedeu às pressões dos prefeitos da grande São Paulo e deixou de lado as orientações do comitê de saúde - Governo de São Paulo

Mesmo com o crescimento contínuo do número de casos confirmados e óbitos pela covid-19 em São Paulo nos últimos dias, começou nesta segunda-feira (1º) a flexibilização da quarentena no estado

::Doria inicia reabertura em SP no pico da pandemia; Covas mantém quarentena até dia 15::

Segundo dados da Secretária Estadual de Saúde, desde o momento em que Joao Doria (PSDB) anunciou o plano de reabertura, na última quarta-feira (27), já foram registrados 25.270 novos casos e 739 óbitos pela doença, somando 111.296 casos e 7.667 mortes no total.

Em entrevista coletiva nesta segunda, o governador ratificou os planos de reabertura, mas prometeu divulgar somente na próxima quarta-feira (3) classificação da fase de reabertura das atividades econômicas.

De acordo, com a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, a análise de dados que embasam as decisões do governo é feita semanalmente às terças-feiras. A avaliação leva em consideração o desenvolvimento de casos da doença e ocupação hospitalar de cada região do estado. 

Segundo ela, a taxa de ocupação dos leitos de UTI deve ser menor ou igual a 80% para que haja uma flexibilização. Entretanto, o comitê de contingência estabelece que para uma reabertura segura seria preciso uma redução consistente no número de casos por 15 dias seguidos, taxa de ocupação de UTI de 60% ou menor e adesão ao isolamento social mínima de 55%. No levantamento, apresentado nesta segunda-feira, a taxa de ocupação nas UTIs de covid na Grande São Paulo estava em torno de 83% e do estado 69%.

Plano São Paulo

Começou a valer nesta segunda o protocolo de reabertura gradual que divide o estado em cinco cores, variando de acordo com o estágio de controle da pandemia. Entre as fases de abertura estão a 1-vermelha, mais restrita, com abertura apenas de serviços essenciais, até a 5-azul, com abertura de todos os setores. 


Mapa apresentado pelo governo indica atual situação das 17 regiões do estado / Divulgação/Governo Estadual de São Paulo

Embora o plano estadual defina quais regiões podem começar as liberações, cabe aos prefeitos a decisão de como será feita a reabertura.

Classificada na "fase de controle" (laranja), a cidade de São Paulo foi autorizada pelo governo estadual a reabrir, nesta segunda, atividades imobiliárias, escritórios, concessionárias, comércio e shopping centers.

No entanto, o prefeito Bruno Covas decidiu manter a quarentena até 15 de junho, autorizando que cada um desses setores reabram depois dessa data, desde que aprovem protocolos da vigilância sanitária específicos de reabertura.

Ainda sim, só poderão funcionar com 20% da capacidade, por 4 horas consecutivas. No caso dos shoppings, as praças de alimentação devem permanecer fechadas. Nesta fase podem abrir shoppings, comércio em geral, atividades imobiliárias, concessionárias de veículos e escritórios.


Plano do governo para flexibilização da quarentena / Reprodução

No decreto a prefeitura também que autoriza a retomada dos agendamentos para consultas médicas na rede pública de saúde do município a partir desta segunda, em hospitais-dia, ambulatórios de especialidades e AMAs.

Grande São Paulo

Ao contrário da capital, as outras cidades da Região Metropolitana foram classificadas em fase mais restritiva e pressionam o governo para que a liberação seja autorizada. Mas o governador João Dória deve reclassificar a região conforme uma nova subdivisão da região, que compreende cinco áreas:

Norte, que compreende: Caieiras, Cajamar, Francisco Morato, Franco da Rocha e Mairiporã;

Leste: Arujá, Biritiba-Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano;

Sudeste, que compreende o ABC (Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul);
Sudoeste: Cotia, Embu, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço da Serra, Taboão da Serra e Vargem Grande Paulista;

Oeste: Barueri, Carapicuíba, Itapevi, Jandira, Osasco, Pirapora do Bom Jesus e Santana de Parnaíba.

Interior

Além de São Paulo, as regiões metropolitanas ou administrativas de Campinas, Taubaté, Piracicaba, Sorocaba, Marília, São João da Boa Vista, Ribeirão Preto, Franca, São José do Rio Preto e Araçatuba também estão na fase 2. A Baixada Santista, o Vale do Ribeira e a região de Registro estão classificadas na fase 1 e continuam com funcionamento apenas dos serviços essenciais.

As regiões de Barretos, Araraquara, Presidente Prudente e Bauru estão na fase 3 e poderão reabrir bares, restaurantes e salões de beleza, além dos setores da fase laranja. Nesta fase, a frequência de consumidores pode ser de até 40% da capacidade dos locais e o funcionamento pode ser de até seis horas seguidas. No caso dos bares, o consumo local só será autorizado em áreas abertas.

Ainda segundo o plano, na fase 4-verde poderão ser reabertas as academias esportivas e todas as demais atividades anteriores podem preencher até 60% da capacidade dos locais, com horário de funcionamento normal. E na fase 5-azul, todas as atividades deixarão de ter restrições. No entanto, escolas, teatros, cinemas e eventos que promovam aglomeração de pessoas, seguirão fechados ou proibidos por tempo indeterminado.

Edição: Rodrigo Chagas