Centrais sindicais repudiaram a decisão do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), de realizar um “megarrodízio” no município como uma medida de combate ao novo coronavírus.
Para os sindicatos, a situação da pandemia requer lockdown na capital paulista. Eles exigem uma audiência com Covas para tratar do assunto. “O megarrodízio é tão drástico que não foi implementado em nenhuma cidade do mundo nesse período de pandemia", diz nota conjunta das centrais sindicais.
De acordo com o texto, a restrição ao uso de veículos fará com que o transporte público fique sobrecarregado, aumentando o risco de contaminação na população, principalmente entre aqueles que realizam serviços essenciais e utilizam metrô, trens e ônibus.
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As centrais ressaltam que para diminuir a taxa de contaminação da covid-19, "o carro seria muito mais seguro do que o transporte público, nesta crise em que o isolamento social é fundamental”.
Dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) mostram que o pico de congestionamento desta segunda-feira (11) foi menor do que na semana passada, quando a prefeitura realizou interdições em vias da cidade. Às 8h30, foi registrado 1 km de lentidão. Na semana passada, o pico foi de 11 km, entre 8h e 9h.
A utilização de vias do transporte público, no entanto, aumentou, como previsto pelas centrais sindicais. Na CPTM, o aumento foi de 15%; nos ônibus, foi necessário reforçar a frota nas ruas; e no metrô, houve uma elevação entre 11% e 14% dependendo da linha.
No documento, as centrais defendem que “o planejamento do tráfego nas cidades ou de qualquer outra medida que envolva saúde dos trabalhadores e da população deva ser feito com a participação dos representantes da classe trabalhadora, do setor patronal e de especialistas, para definir estratégias adequadas à situação”.
Assinam o texto os presidentes da Central Única dos Trabalhadores, da Força Sindical, da União Geral dos Trabalhadores, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, da Nova Central Sindical de Trabalhadores e da Central dos Sindicatos Brasileiros.
Como funciona o rodízio?
A partir desta segunda-feira (11), o rodízio de carros em São Paulo volta a ocorrer de maneira ampliada, todos os dias, por 24 horas, em todo o município.
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Os carros poderão circular de acordo com o final da placa do carro: donos de placas com final ímpar poderão circular somente nos dias ímpares, aqueles com placas de final par somente nos dias pares. A multa é de R$ 130,16 para quem desobedecer a medida, além de quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Estão liberados do rodízio, no entanto, veículos de profissionais de saúde, segurança e fiscalização administrativa, serviço funerário, assistência social e de veículos da imprensa.
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Para conseguir a isenção, é necessário informar Secretaria Municipal de Transportes quais veículos se encaixam nos requisitos e apresentar os seguintes documentos: planilha de solicitação oferecida pela pasta preenchida, tipo de solicitante, CNPJ ou CPF, nome e CPF dos trabalhadores e placa dos veículos.
Até às 22h deste domingo (10), o município de São Paulo registrou 2.266 óbitos, 27.307 casos e uma letalidade de 8.3%. São aproximadamente 223 casos por 100 mil habitantes. No estado, o número de mortos sobe para 3.709, e o de casos confirmados para 45.444, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Até a publicação desta reportagem, a Prefeitura de São Paulo não se posicionou sobre as declarações das sindicais.
Edição: Leandro Melito