O Ministério Público acaba de sugerir que seja feito "lockdown", mas o governo se mostra contra
O Amazonas, lamentavelmente, apresenta os piores índices de todo o Brasil nesta pandemia. Nós estamos com um número que ultrapassa os 8 mil casos confirmados de coronavírus e temos até o momento 649 óbitos. Cada dia morrem mais pessoas do que no dia anterior.
Ou seja, vivemos uma situação extremamente delicada e que exigiria, por parte do poder público, atitudes drásticas para proteção das vidas humanas.
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Porém, lamentavelmente, assim como Bolsonaro, o governador do Amazonas - mesmo que fale publicamente da necessidade do isolamento social - na prática age como Bolsonaro, sem tomar atitudes mais rígidas a fim de conter essa contaminação que é crescente.
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O Ministério Público acaba de sugerir que seja feito "lockdown", mas o governo se mostra contra essa proposta.
A Assembleia Legislativa, por incrível que pareça, acabou de aprovar hoje uma lei que estabelece que as atividades dos templos e das igrejas são essenciais. Logo, em uma atitude irresponsável e sem parâmetro, permite a reabertura destes espaços.
E por aqui também segue o pedido de impeachment contra o governador e o vice-governador, que já foi aceito pela Assembleia Legislativa. São inúmeras as denúncias de corrupção - com algumas inclusive já comprovadas - envolvendo principalmente a área da saúde.
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Ou seja, é muito difícil a situação do Amazonas e penso que agora não é hora de ampliar as intrigas e as brigas políticas. É hora da unidade para salvar vidas. E penso que existem duas medidas urgentes e necessárias para o Amazonas neste momento. Medidas que nem foram citadas pelo ministro da Saúde, que acabou de sair do estado.
Além de, obviamente, melhor equipar as unidades de saúde, ampliar os leitos de UTI e garantir o mínimo de assistência digna às pessoas, a primeira medida que precisamos adotar é promover imediatamente o isolamento social. Se necessário, através de "lockdown", como estão fazendo outros estados do nosso país.
E a segunda questão urgente é a testagem na população. Ampliar os testes para que a gente possa ter uma previsibilidade melhor e assim poder salvar o maior número de vidas que seja possível.
Instabilidade política
A situação do Brasil é da mais absoluta instabilidade. Além da pandemia do coronavírus, que segue numa crescente - inclusive com os pesquisadores apontando que o Brasil pode vir a ser o próximo epicentro mundial - nós convivemos com uma crise que também se agrava a cada dia.
Com novas agressões e novas atitudes antidemocráticas, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), no último domingo esteve em frente ao Palácio do Planalto, acompanhado das bandeiras dos Estados Unidos e de Israel.
Este é o nacionalista Jair Bolsonaro. Ele esteve participando de mais uma manifestação pública antidemocrática que mais uma vez pedia a volta do AI-5, o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.
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Ao participar deste evento, Bolsonaro também fez uma gravação, dizendo aquilo que repete diariamente, que "apesar da pandemia, as pessoas devem retornar à normalidade". Como se fosse possível voltar à normalidade em plena pandemia.
E disse claramente que "alguns ou muitos irão morrer, mas paciência. O que se há de fazer?". Ou seja, demonstra o seu lado mais perverso, o seu lado mais desumano.
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No dia seguinte agrediu jornalistas de forma grotesca, mandando-os calar a boca. Ou seja, em uma atitude semelhante à de Figueiredo no final da década de 70. Mas enfim, precisamos seguir lutando contra esse governo que pode nos levar a uma situação ainda mais caótica do que nós nos encontramos.
Edição: Leandro Melito