O ministro da Saúde, Nelson Teich, admitiu que as consequências do novo coronavírus no Brasil se agravaram nos últimos dias. A declaração foi dada nesta terça-feira (28), dia em que o país chegou a 5.017 mortes pela covid-19 e ultrapassou os números da China, onde foram registrados os primeiros casos.
Nos dias anteriores, o ministro havia justificado que o crescimento vertiginoso desde a semana passada era acúmulo de casos que não haviam sido registrados. Desta vez, ele voltou atrás e admitiu que a alta não é comum.
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"Coloquei que isso poderia ser um acúmulo de casos de dias anteriores, que foi simplesmente resgatado, mas, como a gente tem a manutenção desses números elevados e crescentes, a gente tem que abordar isso como um problema, como uma curva que vem crescendo com o agravamento da situação", declarou.
Teich afirmou que vê como uma "tendência" a "curva para cima" em lugares com situação mais grave, como Manaus, Recife, São Paulo e Rio de Janeiro - municípios elencados por ele. "A gente vê como uma tendência naqueles lugares onde a gente tem a pior condição em relação à doença. A gente, hoje, aborda isso como uma evolução da curva para cima, uma piora em relação aos dias anteriores".
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Segundo o secretário e Vigilância do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, a expectativa do governo é que a situação piore ainda mais com a chegada do inverno.
"Nós reiteramos: o Brasil tem uma sazonalidade de doença respiratória que pega o outono e o inverno. Nós estamos no outono. Na transição do outono para o inverno é o período em que os vírus respiratórios circulam com maior intensidade. Então, é natural que tenhamos uma intensidade, um aumento do número de casos de internações por causas respiratórias", disse Wanderson.
Edição: Rodrigo Chagas