Governo Bolsonaro

Jornal Brasil Atual Edição da Tarde | 23 de abril de 2020

Recorde no número de mortes por covid-19 no Brasil e nova crise com possível saída de Moro do governo são destaques

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Ouça o programa ao vivo das 17h às 18h30 na Grande São Paulo (98.9 MHz) e noroeste paulista (102.7 MHz) e através do site do Brasil de Fato - Juliana Almeida | RBA

O Brasil bate recorde no registro de óbitos por covid-19 em 24 horas, nesta quinta-feira (23): o Ministério da Saúde anunciou que contabilizou 407 novas mortes. O recorde anterior foi do dia 17 de abril, quando foram registradas 217 mortes em 24 horas. 

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O país já contabiliza oficialmente 3.312 mortes relacionadas à covid-19. O número de pessoas infectadas também continua crescendo de maneira vertiginosa, são 49.492 casos confirmados. Na quarta-feira foram 45.757, o que representa um aumento de 8,2%.

Para comentar a situação, o Jornal Brasil Atual recebe o médico infectologista, ex-ministro da Saúde no governo Dilma Rousseff e deputado federal (PT-SP), Alexandre Padilha. Para ele, as cifras "mostram a fragilidade das ações do governo federal".  

"Todas as regiões não receberam leitos de UTI, nem equipamentos de proteção aos trabalhadores do governo federal, como deveriam ter recebido, e não receberam testes suficientes. O Brasil faz em média, ainda, mil testes para cada 1 milhão de pessoas; a Alemanha, que é um dos casos de sucesso, ultrapassou mais de 10 mil testes por milhão de pessoas, e mesmo o Chile aqui, próximo, tem 3.800 testes a cada 1 milhão de pessoas", explicou o deputado. 

Padilha afirma que a incapacidade de Jair Bolsonaro de liderar o país em meio à pandemia fica demostrada em três disputas que o presidente da República realiza: "primeiro, a disputa federativa: ele entra em guerra diariamente com governadores e prefeitos, algo que é muito grave porque o SUS é necessariamente uma cooperação federativa. Sem cooperação com governadores e prefeitos não é possível cuidar do tema da saúde", explica o deputado.

Em segundo lugar, Padilha criticou o fato de Bolsonaro "destruir pontes internacionais": "destrói toda a cooperação que havia na América do Sul; até hoje a Unasul Saúde, que era o encontro que nós tínhamos dos ministros da saúde da região, não foi convocada para coordenar as ações; e quebra pontes com países que são fundamentais para o enfrentamento da pandemia, como a China, que é um dos exportadores importantes de insumos, e Cuba, que é um exemplo de solidariedade internacional ao enviar médicos para o mundo inteiro".

Por último, Padilha aponta como problema a confusão que se tornou o próprio governo: "ele faz uma disputa diária com sua própria equipe de governo, seja o Ministério da Saúde, cuja equipe está se desmanchando, e agora a nova novela com o Ministério da Justiça". 

Para falar sobre as repercussões do pedido de demissão que o ministro da Justiça, Sérgio Moro, teria apresentado nesta quinta ao presidente da República, o jornal conversa com a advogada Tânia Mandarino, do coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia, e com Jorge Rubem Folena de Oliveira, advogado, doutor em Ciência Política e integrante do Instituto dos Advogados Brasileiros.

Confira todos os destaques no início do jornal.

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O Jornal Brasil Atual Edição da Tarde é uma produção conjunta das rádios Brasil de Fato e Brasil Atual. O programa vai ao ar de segunda a sexta das 17h às 18h30, na frequência da Rádio Brasil Atual na Grande São Paulo (98.9 MHz) e pela Rádio Brasil de Fato (online). Também é possível ouvir pelos aplicativos das emissoras: Brasil de Fato e Rádio Brasil Atual.

Edição: Mauro Ramos