De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde no domingo (12), o Brasil registra 22.169 casos confirmados do coronavírus e 1.223 mortes em decorrência da doença. Nas últimas 24 horas foram 1.442 novas confirmações, e com o aumento do número de óbitos, a taxa de letalidade da covid-19 é de 5,5%.
São Paulo concentra a maior parte das notificações, com 8.755 casos confirmados e 588 mortes, e apenas Tocantins não registra óbitos pela doença no país. Rio de Janeiro é o segundo estado com mais registros, são 2.855 casos e 170 mortes.
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No entanto, o estado que mais preocupa é Amazonas, segundo o Ministério da Saúde, Manaus (AM) vive um cenário com muitas pessoas necessitando de hospitalização e com a capacidade de atendimento hospitalar próximo ao limite. Em entrevista coletiva realizada no sábado (11) o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, anunciou que o estado receberá um reforço de médicos do programa Brasil Conte Comigo. A partir da segunda-feira (13), Amazonas começará a receber voluntários para participar da ação estratégica elaborada pelo Ministério da Saúde que está cadastrando profissionais das 14 áreas da saúde (serviço social; biologia; biomedicina; educação física; enfermagem; farmácia; fisioterapia e terapia ocupacional; fonoaudiologia; medicina; medicina veterinária; nutrição; odontologia; psicologia; e técnicos em radiologia).
Morte de indígena aldeado
O Brasil confirmou a primeira morte de um indígena morador de aldeia por causa do coronavírus. O jovem de 15 anos Alvanei Xirixana, da etnia Yanomami, faleceu na quinta-feira a noite no Hospital Geral de Roraima, em Boa Vista.
O adolescente estava internado desde 3 de abril, mas já havia passado pelo hospital com os sintomas do novo coronavírus em 18 de março. Na primeira internação ele foi liberado. Há registros de que o jovem tinha enfrentado doenças como desnutrição, anemia e malárias e que por isso, estava com a saúde debilitada.
Segundo informações do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami, no território localizado entre os estados de Roraima e Amazonas vivem mais de 26 mil e 700 de cinco etnias e 366 aldeias. A Terra Indígena (TI) é considerada porta de entrada para alguns milhares de garimpeiros ilegais e autoridades da comunidade consideram que os garimpeiros podem ter levado o vírus para as aldeias.
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Os yanomami já fizeram uma série de denúncias para o Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF) e para a Fundação Nacional do Índio (Funai), relatando não só o garimpo ilegal, mas a contaminação dos rios, e o uso de mercúrio vêm afetando a saúde da população indígena
Presidente descumpre recomendações
Apesar dos números e da situação que se agrava cada vez mais, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) continua minimizando os riscos da doença e incentivando a população a voltar às ruas. Na sexta-feira da Paixão ele novamente saiu do Palácio do Alvorada para um passeio por Brasília. Sem máscara, ele cumprimentou apoiadores com apertos de mão e ficou em meio a aglomerações, causadas pela presença do presidente.
Bolsonaro esteve Hospital das Forças Armadas, foi a uma farmácia e a um prédio residencial, onde teria feito uma visita ao filho mais novo, Jair Renan. Aos jornalistas que o acompanhavam, o chefe do poder executivo afirmou que ninguém vai tirar dele o direito de ir e vir
Ontem, em uma transmissão online com líderes religiosos evangélicos, Bolsonaro disse "parece que está começando a ir embora essa questão do vírus"
No entanto, o presidente não explicou de onde tirou a informação e nem deu números para comprovar o cenário.
Edição: Lucas Weber