O último balanço oficial divulgado pela Secretaria estadual de Saúde do Rio de Janeiro aponta que já são seis favelas em que há casos em que pacientes testaram positivo para o coronavírus. Além de Cidade de Deus, Vidigal, Manguinhos e Parada de Lucas, também estão sendo monitorados pacientes na Mangueira e no Alemão, ambas na zona norte da cidade. Ao todo, autoridades de saúde contabilizam 832 contaminados no estado.
A realidade nas favelas não só no Rio, mas como em todo o país, muitas vezes inviabiliza as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Seja de higienização das mãos, em função da falta d’água, como de isolamento de pacientes diagnosticados com a covid-19, uma vez que, para muitas famílias, a convivência se dá em espaços com poucos cômodos. A estimativa é que cerca de 2 milhões de pessoas morem em favelas na capital do Rio de Janeiro.
:: Favelas do Rio sofrem com falta d’água e população fica mais vulnerável a coronavírus ::
Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que 31,1 milhões de brasileiros não possuem acesso à água potável, 74,2 milhões vivem em áreas sem coleta de esgoto e 5,8 milhões não têm sequer banheiro em casa. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2018.
Casos subnotificados
O Ministério da Saúde admite que está ocorrendo uma subnotificação de casos suspeitos de infecção pela covid-19 em função da falta de kit para testes.
“Hoje o número de casos confirmados está muito menor do que o número de casos que está circulando na nossa sociedade. O que aumenta –e muito– a necessidade de termos mais cuidado para segurar [a movimentação]. Não é lockdown o que o Brasil fez. O Brasil fez uma diminuição da atividade, mas não fez lockdown. O que a gente vê é muita gente trabalhando. Agora, precisa redobrar o esforço”, afirmou Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde em entrevista coletiva nesta quarta-feira (1).
Edição: Vivian Virissimo