Crise

Mandetta diz que vai faltar equipamento se não houver reforço no isolamento social

Ministro relatou que o governo não tem conseguindo comprar máscaras e respiradores em razão da alta procura mundial

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Mandetta também informou que, por conta do ampliamento da testagem, número de casos confirmados deve disparar nos próximos dias - Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta quarta-feira (1º) que, caso as medidas de restrição social não sejam reforçadas neste momento, faltará equipamentos para cuidar dos contaminados pelo coronavírus no país.

Ele citou especialmente as máscaras e respiradores mecânicos, cuja aquisição está difícil em função da alta procura internacional e porque a produção está quase toda centralizada na China, segundo o ministro.

“Se nós não fizermos retenção de dinâmica social, se nós não cumprirmos, se nós sairmos, se nós aglomerarmos, se fizermos movimentos bruscos e relaxarmos nesse grau de contágio, sim, você pode ficar com uma série de problemas em equipamentos de proteção individual. Nós não estamos conseguindo adquirir de forma regular o nosso estoque”, relatou Mandetta.

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Contra o monopólio

O ministro criticou a centralização da produção de insumos em um único país. “Quando o mundo acabar dessa epidemia, eu espero que nunca mais o mundo cometa o desatino de fazer 95% da produção de insumos que decidem a vida das pessoas em um único país. Isso é uma parte das discussões do pós-epidemia”.

Por causa da falta de equipamentos, Mandetta sugeriu que as pessoas produzam máscaras caseiras de pano, de uso exclusivo pessoal, para se proteger do vírus. Ele indicou que cada cidadão tenha “quatro ou cinco” dessas e as lave por 20 minutos, diariamente.

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“Acho que máscara de pano, para os comunitários, funciona muito bem como barreira. Não é caro de fazer, faça você mesmo, tem na internet. Faça e lave com água sanitária, cândida, o nome que vocês conhecem”. O ministro disse que a orientações para fazer a máscara estarão no site do Ministério da Saúde a partir da quinta-feira (2).

"Esses números vão crescer muito"

Agora são 6.836 casos confirmados e 241 mortes, com taxa de letalidade de 3,5%, conforme o balanço do Ministério da Saúde divulgado nesta quarta-feira. Nas últimas 24 horas, foram 1.119 casos confirmados.

Mandetta afirmou que é natural que os números subam vertiginosamente nos próximos dias, em razão da melhora nos testes. “O número de casos confirmados, a partir desta semana, vão começar a ter um aumento. O que significa este aumento? A testagem que está represada, nós já estamos começando a fazer com máquinas em automático. Vai chegar uma hora que nós vamos ter megamáquinas automatizadas. Esses números vão crescer muito”.,

A testagem que está represada, nós já estamos começando a fazer com máquinas em automático. Vai chegar uma hora que nós vamos ter megamáquinas automatizadas.

Segundo o ministro, a subnotificação ainda é grande no Brasil. "Hoje, o número de casos confirmados está muito menor do que o número de casos que está circulando dentro da nossa sociedade, o que aumenta, em muito, a necessidade de a gente ter muito mais cuidado para segurar".

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Edição: Rodrigo Chagas