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Justiça nega direito de fiança a Assange e diz que coronavírus "não é motivo"

Segundo juíza britânica, "a pandemia global por si só não é motivo para a libertação" do ativista

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A justiça britânica negou o pedido de fiança feito pela defesa de Assange - Assemblea Nacional Catalana/Flickr

A justiça britânica negou nesta quarta-feira (25) o pedido feito pelos advogados de Julian Assange para que o fundador do WikiLeaks tivesse direito à fiança por conta do novo coronavírus.

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"Tal como as coisas estão hoje, essa pandemia global por si só não é motivo para a libertação do senhor Assange", disse a juíza Vanessa Baraitser.

Segundo a defesa, Assange, que está preso preventivamente na penitenciária Belmarsh, na região sudeste de Londres, é "vulnerável" à contaminação do vírus na prisão e "se enquadra em uma categoria de pessoas que devem ser liberadas".

"As prisões são consideradas epicentros para a disseminação do covid-19 devido à superlotação e à propensão do vírus se espalhar em ambiente fechado", afirma o documento divulgado pelo WikiLeaks.

"[A prisão] Belmarsh recebe 300 novos prisioneiros a cada mês, a maioria é dispersa em prisões de todo o país. Belmarsh tem um total de aproximadamente 800 prisioneiros e a maior taxa de suicídio no sistema prisional", pontua a nota.

O documento ainda afirma que o governo do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou a liberação de 300 pessoas no centro de detenção de imigrantes, mas ainda não o fez com "prisioneiros de baixo risco".

O fundador do WikiLeaks está preso em Belmarsh desde abril de 2019, quando foi retirado seu asilo na embaixada do Equador em Londres. Assange é acusado pelos Estados Unidos por divulgar arquivos confidenciais do país. 

Segundo a defesa, a audiência do fundador foi adiada para 18 de maio, podendo ser prorrogada por conta do novo coronavírus. Caso seja extraditado e condenado, Assange pode ter uma pena de 175 anos de reclusão.

Edição: Opera Mundi