O Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) da Bolívia anunciou, no último sábado (21), a suspensão das eleições gerais do país, agendadas para 3 de maio, devido à pandemia do covid-19. A decisão do TSE foi anunciada horas depois que a presidenta autoproclamada do país, Jeanine Áñez, decretou uma quarentena total por 14 dias.
O presidente do TSE, Salvador Romero, nomeado pelo governo instaurado após o golpe de Estado, anunciou que o órgão eleitoral decidiu suspender sua agenda de trabalho por 14 dias após a quarentena entrar em vigor. "Essa medida, como resultado de uma situação sem precedentes em todo o mundo, impede que o órgão eleitoral continue a executar as tarefas preparatórias para as eleições", disse Romero.
Romero esclareceu que o adiamento das eleições e a escolha de uma nova data serão aprovados na Assembleia Legislativa Plurinacional.
Através de uma declaração oficial, o TSE informou que retomaria suas atividades assim que as condições necessárias fossem atendidas.
“Ratificamos nossa vontade de continuar o diálogo amplo e pluralista com todas as organizações políticas participantes do processo [em] 2020, bem como com os demais poderes do Estado, para que, em uma estrutura de acordo e unidade de todos os bolivianos, definamos um novo data do dia da votação para as eleições gerais de 2020”, dizia o comunicado.
Na Bolívia, há 24 casos confirmados de coronavírus. Como em outros países, as medidas impostas incluem permanecer em casa, proibir aglomeração de pessoas, restringir viagens domésticas e interromper voos internacionais.
O adiamento das eleições mergulha o país em uma nova fase de incerteza política, pois teme-se que a pandemia permita que o governo autoproclamado após o golpe de Estado consolide seu poder e atrase ainda mais o retorno à democracia na Bolívia.
Segundo a última pesquisa realizada pelo instituto Ciesmori, o candidato Luis Arce, do MAS, lidera a disputa com 33% das intenções de voto.
O ex-presidente boliviano Carlos Mesa conta com 18% das intenções de voto e a senadora e presidenta autoproclamada, Jeanine Áñez, com 16%.
*Com informações do Peoples Dispatch.
Edição: Luiza Mançano