Em uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (12), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que pessoas com mais de 55 anos devem evitar aglomerações, mas que não há motivos para cancelamentos de eventos públicos. “Neste momento, não há nenhuma necessidade de cancelamento de eventos. As decisões são sanitárias, amparadas na medicina e naqueles que são especialistas.”
Ainda assim, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) suspendeu as atividades universitárias até dia 29 de março, tornando-se a primeira do Brasil a tomar a medida diante da contaminação pelo coronavírus. A decisão inclui os campi de Campinas (SP), Piracicaba (SP) e Limeira (SP), e exclui os serviços essenciais e de saúde da suspensão.
Na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), um caso foi confirmado nesta quarta-feira (11). O Conselho do Departamento de Geografia, curso do qual o aluno contaminado faz parte, enviou um comunicado aos estudantes suspendendo todas as atividades do curso.
No Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha (MDB) mandou suspender as aulas em escolas públicas e privadas por cinco dias, contados a partir desta quinta-feira (12), além de aglomerações como missas, shows e eventos esportivos.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou, nesta quarta-feira, que as instituições de ensino precisam se preparar para “medidas emergenciais pontuais” em decorrência da infecção por coronavírus. O ministro chegou a sugerir às universidades que as aulas sejam realizadas remotamente.
“Nós já estamos nos preparando, sempre orientados pelo Ministério da Saúde, para que caso venha acontecer qualquer coisa, os danos sejam os menores possíveis. Uma cidade ou região que precise ter uma atenção mais especial para que nós tenhamos prontos um plano de aulas remotas”, afirmou em um vídeo divulgado em suas redes sociais.
O ministro também propôs que as faculdades e institutos, se possível, adotem o trabalho remoto de funcionários. “Você manda as aulas para os alunos, disponibiliza o e-mail, o YouTube, Skype, internet, pra você evitar aglomeração e evitar transmissão mais aguda do coronavírus. Da nossa parte, mudar férias, adaptar. Pensem no cenário de contingência, é a melhor solução. Minimizar reuniões", afirmou.
Ao mesmo tempo que o ministro da Educação publicou o vídeo em suas redes sociais, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, falou sobre coronavírus em uma audiência na Câmara dos Deputados. Ele afirmou que a suspensão das aulas não está descartada, mas que, no momento, avalia a possibilidade de as férias aumentarem o número de idosos infectados.
“Quando se fazem férias escolares ou suspensão de aula, essas crianças vão ficar com quem? Se mandarem para os avós, como é o hábito das famílias brasileiras, eu vou estar expondo, porque 30% são assintomáticas, um tanto dessas crianças e adolescentes têm formas leves”, disse Mandetta.
Rede de Enfrentamento ao Coronavírus de São Paulo
Durante a coletiva, o governo de São Paulo anunciou sete medidas contra a infecção do coronavírus, por meio da Rede de Enfrentamento ao Coronavírus de São Paulo.
Entre as medidas, estão a criação e a gestão de leitos no Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo a possibilidade de suspensão de cirurgias eletivas, ou seja, não urgentes, para priorizar a internação de pacientes infectados pelo coronavírus.
Outros pontos são a compra de kit de diagnósticos, a aquisição de respiradores, o reforço nos estoques de insumos hospitalares, o treinamento de serviços de saúde para a aplicação de um protocolo único e recomendações específicas para os grupos de risco.
Edição: Leandro Melito
