MULHERES NO FUNK

Vídeo | Entrevista com Iasmin Turbininha: a primeira DJ do funk brasileiro

Negra, lésbica e periférica, a funkeira fala sobre a criminalização do funk e como é ser mulher nos bailes de favela

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Por meio do funk, Iasmin Turbininha é hoje uma celebridade em todas as favelas do Rio de Janeiro (RJ) - Pedro Stropasolas

Iasmin Turbininha é a primeira DJ mulher do funk brasileiro. Também é a primeira delas a surgir de uma favela: a comunidade da Mangueira, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

Hoje com 22 anos e com mais de 250 mil seguidores no Youtube, a DJ autodidata é uma referência da batida carioca do 150 BPM, que colocou o “funk acelerado” nos holofotes do gênero, após muitos anos de soberania do “funk ostentação” paulista. 

"Antes a criança na comunidade queria ser jogador de futebol. Hoje em dia com o funk sendo valorizado, a garotada quer ser um DJ, um MC, tá vendo isso com muita inspiração. Por mais que ele ainda é muito criticado, ainda tá sendo visto", revela Turbininha.     

Em seu estúdio, no bairro de Lins de Vasconcelos, Zona Norte do Rio de Janeiro, Iasmin recebeu o Brasil de Fato para uma entrevista inédita. No bate-papo ela falou sobre ser mulher em um cenário majoritariamente masculino, sobre a criminalização e repressão aos bailes nas comunidades – como o que aconteceu em Paraisópolis – e como o universo do funk vem transformando a vida de jovens nas periferias.

"Eu não tenho medo. Eu já vi muita coisa ruim, e o que tiver que acontecer vai acontecer independente de Deus. Já corri de muitas balas perdidas quando criança. Eu acho que você já cresce correndo de bala perdida quando mora em comunidade. Já perdi muitos amigos vindo de escola, da padaria. Sinceramente, eu não sei o que seria de mim sem o funk", afirma.

Assista a entrevista completa:

Edição: Rodrigo Chagas