A maioria dos principais estúdios de cinema chineses cancelou sua presença no Festival Internacional de Berlim, que acontece até este domingo (1) onde teriam estandes de vendas no Mercado Europeu de Filmes. A tendência é a mesma com outros países asiáticos.
A causa é o coronavírus, causador de gripe e pneumonia que podem ser mortais. Essa ausência chinesa vai incluir também cineastas e atores.
De acordo com a direção do mercado europeu, existe também a dificuldade de obtenção de vistos para as empresas chegarem a Berlim. Outro problema foi a anulação de voos pelas empresas aéreas.
Isso acabou criando uma grande frustração, pois este seria o ano destinado a um recorde de vendas dos chineses na Europa. Mas será o ano da grande ausência do cinema chinês.
Até o momento, havia 59 anulações de empresas cinematográficas chinesas, mas nenhuma de Hong Kong. Portanto, de nada adiantou a direção do Festival ter modificado as datas do festival este ano, para evitar uma coincidência com o Ano Novo lunar chinês.
A presença dos filmes chineses em Berlim estava ligada ao lançamento de filmes durante as férias do Ano Novo. Entretanto, a grande maioria das 70 mil salas de cinema chinesas estão fechadas desde a última semana de janeiro e não se sabe ainda quando voltarão a abrir, causando um prejuízo calculado em um bilhão de dólares.
Apesar desse clima negativo, a direção do Festival Internacional de Berlim decidiu não anular a exibição dos filmes. Estão sendo adotadas medidas de proteção ao público que lotará os cinemas e estão sendo divulgadas instruções para as pessoas evitarem qualquer risco de contaminação.
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Rui Martins é jornalista, escritor, ex-CBN e ex-Estadão, exilado durante a ditadura. É criador do primeiro movimento internacional dos emigrantes, Brasileirinhos Apátridas, que levou à recuperação da nacionalidade brasileira nata dos filhos dos emigrantes com a Emenda Constitucional 54/07. Escreveu Dinheiro sujo da corrupção, sobre as contas suíças de Maluf, e o primeiro livro sobre Roberto Carlos, A rebelião romântica da Jovem Guarda, em 1966. Foi colaborador do Pasquim. Vive na Suíça, correspondente do Expresso de Lisboa, Correio do Brasil e RFI.
Edição: Leandro Melito