A Companhia de Águas e Esgotos do Estado do Rio de Janeiro (Cedae) se comprometeu a enviar uma proposta de indenização aos consumidores afetados pela crise da água no estado até a última quarta-feira (19). No entanto, em reunião, representantes da empresa, da Defensoria Pública (DP-RJ), do Ministério Público (MP-RJ) e do governo estadual não chegaram a um acordo sobre um possível desconto na conta de água dos usuários.
Desde o início do ano, a água dos moradores do estado do Rio sai das torneiras com mau cheiro, cor e gosto de terra. A estimativa é de que cerca de 9 milhões de pessoas teriam sido afetadas. As alterações são provocadas pela presença da geosmina, uma substância produzida por bactérias presentes na água tratada pela Cedae. A crise no abastecimento aumentou a despesa das famílias que passaram a comprar água mineral.
Justiça
Sem o acordo, a Defensoria Pública informou que acionará o Judiciário ainda antes do carnaval para pedir as indenizações. A defensora pública Patrícia Cardoso Maciel Tavares, coordenadora do Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon), afirmou que o diálogo com a Cedae não avançou porque há divergências sobre os critérios para chegar ao valor da indenização.
“A companhia não reconhece a falha na prestação do serviço e considera ainda que a metodologia utilizada para chegar ao percentual de desconto sugerido pelo Nudecon não é a melhor. No entanto, vamos avaliar se existe condição de chegarmos a uma solução extrajudicial o mais rápido possível para indenizar o consumidor do Rio de Janeiro prejudicado com a má prestação de serviço público tão importante e necessário, que é o fornecimento d’água”, destacou.
Venda
O governador do Rio Wilson Witzel (PSC) falou na última quarta- feira (19) sobre o processo de privatização da Cedae, que acontecerá por meio de um leilão da área que cuida da distribuição da água e de coleta e tratamento de esgoto, programado para outubro, e uma IPO (oferta pública de ações) na Bolsa de Valores que pretende vender 60% das ações da companhia. A expectativa é que o governo fluminense arrecade até R$ 15 bilhões com o leilão. “Estou falando isso apressadamente porque ainda vai ser modelado. É importante falar para o mercado”.
Edição: Mariana Pitasse