A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, anunciou nesta segunda-feira (17/02) que o país suspendeu atividades comerciais da companhia aérea portuguesa TAP Air Portugal em território venezuelano por noventa dias. A medida vem após o governo venezuelano deter Juan José Márquez, tio do autoproclamado presidente Juan Guaidó, por ter pousado no aeroporto de Caracas portando “substâncias de natureza explosiva” quando retornava ao país em um voo da TAP.
"A companhia aérea TAP ´Air Portugal foi suspensa por noventa dias em razão às graves violações dos regulamentos da Aeronáutica Civil venezuelana, sem prejuízo de multas e procedimentos administrativos que possam ocorrer. Venezuela se respeita", disse a vice-presidente.
O voo em que o tio do deputado opositor veio de Lisboa, capital de Portugal. Segundo a emissora venezuelana VTV, além da denúncia sobre Márquez, a suspensão também está sustentada nas investigações de que a companhia aérea violou as normas de segurança em relação à lista de identificação ao omitir a verdadeira identidade de Guaidó da listagem dos passageiros do voo TP173.
La aerolínea TAP ha sido suspendida por noventa días en razón de las graves violaciones de la normativa de la Aeronáutica Civil Venezolana, sin menoscabo de las multas y procedimientos administrativos a que hubiere lugar. Venezuela se respeta! https://t.co/yKpUY5o0ac
— Delcy Rodríguez (@DrodriguezVen) February 17, 2020
Mais cedo, o ministro dos Transportes da Venezuela, Hipólito Abreu, havia dito que o governo estava avaliando algumas ações contra a TAP, entre elas uma série de multas correspondentes a esses casos, possíveis sanções e a suspensão permanente do serviço aeronáutico da empresa.
Márquez voltava ao país latino-americano pela TAP, após acompanhar seu sobrinho em turnê pela Europa e aos Estados Unidos. Na viagem, Guaidó se reuniu com lideranças politicas para reforçar as sanções contra a Venezuela.
Juan José Márquez
Na última sexta-feira (14/02), o governo de Portugal afirmou que estava dando início à uma investigação para apurar o que aconteceu na viagem em que o tio de Guaidó embarcou com "substâncias químicas de natureza explosiva, supostamente explosivo sintético C4".
Segundo o presidente da Assembleia Constituinte da Venezuela, Diosdado Cabello, Juan Márquez carregava lanternas de bolso, mas no lugar das baterias comuns estaria escondendo explosivos.
“Foi detido um senhor que diz ser tio de Juan Guaidó porque trazia dentro do avião um material muito perigoso, violando as normas da aviação civil. Primeiro, entrou em um voo com colete a prova de balas, o que é proibido. O colete está em nome, segundo o recibo, de JJ Randón. Não o declarou, mas o vestia”, disse Cabello.
*Com informaçõs do Sputnik.