O Pastor Ariovaldo Ramos contesta a ideia de que todo evangélico pensa igual. Ele é um dos coordenadores nacionais da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, criada em 2016 para denunciar que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff foi um golpe de Estado.
Desde então, a frente se tornou um contraponto à Bancada Evangélica e seus líderes midiáticos que, na opinião do pastor, é movida por interesses escusos e sem respeito à Constituição de 1988.
Para ele, a igreja evangélica só passou a ter um envolvimento político partidário quando percebeu que era preciso estar no poder para garantir o avanço da fé.
“Havia evangélicos na política partidária desde o fim da ditadura. Mas as igrejas não tinham militância, assistiam de longe. Eventualmente apoiavam um irmão ou irmã que se candidatassem. Mas não havia essa militância evangélica, tomada de posições. Isso não fazia parte do imaginário evangélico”, afirma o pastor, hoje um especialista em desvelar o fenômeno da inserção de evangélicos no espectro político e o processo de evangelização das periferias.
Ariovaldo acredita que o pioneirismo da Universal do Reino de Deus - do bilionário Edir Macedo - na propagação da Teoria da Prosperidade, foi quem impôs o crescimento econômico como fundamento central da fé evangélica.
“Com a chegada da Teologia da Prosperidade se passa a levar as últimas consequências o que o calvinismo dizia, de que um dos sinais de que alguém foi eleito por Deus era a sua prosperidade econômica”, afirma.
Acompanhe a entrevista:
Edição: José Eduardo Bernardes