As centrais sindicais protestam nas sedes do INSS em diversos estados nesta sexta-feira (14), contra as filas na concessão de benefícios, que atingem quase 2 milhões de pedidos. O Dia Nacional contra o Desmonte da Previdência pretende alertar a população para as consequências da política de sucateamento adotada pelo governo.
Sem repor funcionários que se aposentam, o instituto vem perdendo a capacidade de analisar e atender pedidos de aposentadoria, auxílio-doença e salário-maternidade, dentro outros. O salário-maternidade, por exemplo, antes concedido em 20 minutos, atualmente tem levado um mês. O prazo legal é de até 45 dias.
Entre 2016 e 2019, o quadro de servidores caiu de 33 mil para 23 mil. Os funcionários que antes faziam o atendimento direto à população foram deslocados para funções internas.
A intenção do governo é “digitalizar” o atendimento, assim as filas para a concessão de benefícios não se tornam visíveis. Anteriormente, o trabalhador conseguia marcar atendimento até mesmo para o mesmo dia. Hoje, o agendamento do primeiro atendimento também pode levar meses.
“Eles colocaram o pessoal que atendia nos balcões das agências para fazer trabalhos de retaguarda, como se todos os brasileiros tivessem computador em casa e facilidade para usar canais remotos”, critica Vilma Ramos, diretora do Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo, em entrevista a Marize Muniz, para o portal da CUT.
Modelo
Segundo o presidente da central, Sérgio Nobre, com o descaso do atual governo com as carreiras públicas, o risco é que o caos no INSS possa ser visto também nos demais serviços públicos. “A situação poderá se repetir em outros setores dos serviços públicos como saúde e educação, que já sofreram com cortes em recursos no primeiro ano da gestão do Bolsonaro.”
Depois da polêmica convocação de militares para atenderem os segurados, o governo anunciou que faria a convocação de servidores públicos aposentados. Contudo, a medida provisória prevista para ser editada nesta semana foi adiada, segundo o jornal O Globo.
Agenda
As manifestações contra o desmonte do Previdência ocorrerão em pelo menos 10 estados e no Distrito Federal. Em São Paulo, os manifestantes devem se concentrar a partir das 9h na agência da Rua Coronel Xavier de Toledo, 280, com caminhada até a Superintendência do INSS, no Viaduto Santa Ifigênia, na região central.
Confira a lista dos atos pelo país
Alagoas
Atos em Arapiraca, São José de Tapera, Palmeira dos Índios, Santana de Ipanema e um ato na agência do INSS- Almirante Álvaro Calheiros – Mangabeiras
Distrito Federal
Brasília: ato às 11h, na agência do INSS-SAF, Bloco O
Espírito Santo
Vitória: ato nas agências do INSS da capital e no interior
Goiás
Goiânia: carreata pelo centro da cidade e debates nas principais agências do INSS e ato na agência do INSS de Aparecida de Goiânia.
Pará
Belém: ato na Agência Central do INSS, às 8h
Pernambuco
Recife: ato a partir das 8h na Avenida Dantas Barreto, próximo ao Edifício JK
Rio Grande do Norte
Natal: ato na Agência do INSS de Nazaré, 8h
Rio Grande do Sul
Porto Alegre: ato a partir das 7h na Travessa Mario Cinco Paus
Santa Catarina
Joinville: ato às 9h, em frente à agência central do INSS, Rua 9 de Março, 241
Blumenau: ato às 12h em frente ao INSS, na Rua Pres. John Kennedy, 25
São Paulo
Capital: concentração na agência da Rua Cel. Xavier de Toledo, 280, com caminhada até a Superintendência do INSS no Viaduto Santa Ifigênia.
São Bernardo do Campo: ato a partir das 8h na agência da Avenida Newton M. de Andrade, 140, no Centro.
Santo André: ato a partir das 8h, na agência da Rua Adolfo Bastos, 520 – Vila Bastos
Baixada Santista: ato a partir das 7h na agência da Av. Dr. Epitácio Pessoa, 441, em Santos
Presidente Prudente: ato a partir das 8h30 na Rua Siqueira Campos, 1315
Campinas: ato a partir das 6h30, na agência da Rua Barreto Leme, 1117, no Centro
Jundiaí: ato às 9h na agência da Rua Barão de Jundiaí, 1150
Sergipe
Aracaju: ato a partir das 7h, em frente à Agência do INSS, na Av. Ivo Prado, 448