Chapa do Movimento ao Socialismo (MAS) aparece na frente com 40% de apoio popular
A vida não tem sido fácil para as lideranças e integrantes dos movimentos populares bolivianos durante e depois do golpe de estado que depôs o presidente reeleito Evo Morales em outubro de 2019. Repressão, perseguições, ameaças e um saldo de mais de 30 pessoas assassinadas e centenas de outras feridas pelo aparato repressor do Estado golpista.
No entanto, a divulgação das últimas pesquisas de intenção de votos, desde que o tribunal eleitoral anunciou as 8 chapas que concorrerão ao pleito de 3 de maio de 2020, trouxe um alívio e reacendeu a esperança para os integrantes dessas organizações e principalmente para o Movimento Ao Socialismo (MAS), partido de Evo Morales. A chapa liderada pelo ex-ministro da Economia e Finanças, Luis Arce e que tem como vice o ex-chanceler David Choquehuanca aparece na frente com 40% de apoio popular. Além de ter conseguido registrar a candidatura de Evo Morales ao Senado por Cochabamba.
Os setores da direita golpista se dividiram. Mesmo com o apelo e a pressão da embaixada dos Estados Unidos na Bolívia, as principais lideranças não chegaram a um acordo e se fragmentaram. A ex-senadora e atual ocupante da cadeira presidencial, Jeanine Añez se aliou ao empresário Samuel Medina e aparece em segundo lugar nas pesquisas pelo JUNTOS com 22%. O principal articulador do golpe, Fernando Camacho formou o CREEMOS com Marco Pumari e com apoio dos evangélicos tem 20% e em quarto aparece Carlos Meza e Gustavo Pedraza que conformam a Comunidad Ciudadana (CC) com 14% da preferência dos eleitores.
Mas é importante estarmos atentos pois até as eleições esse cenário pode se alterar principalmente porque a luta de classe está acirrada tendo, de um lado, as velhas oligarquias aliadas ao poder e as influências dos Estados Unidos da América e, de outro, um projeto anticolonial com base popular e viés latino-americano.
Edição: Vivian Virissimo