A greve nacional dos petroleiros, iniciada no sábado (1º), recebeu a adesão dos trabalhadores do setor administrativo da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) da Petrobras, localizada no Paraná -- uma equipe de aproximadamente 500 pessoas. No país inteiro, já passam de 8 mil grevistas em 12 estados. A informação é de Alexandro Guilherme, do Sindicato dos Petroleiros do Paraná em entrevista à Rádio Brasil Atual.
Com a paralisação por tempo indeterminado, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus 13 sindicatos filiados, protestam contra a demissão de mais de mil trabalhadores com o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen), subsidiária da Petrobras, e o descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Segundo a Petrobras, a decisão de fechar a fábrica foi tomada em função de maus resultados financeiros. Segundo Alexandro Guilherme, os trabalhadores sabem que este argumento não é válido
“O que a Petrobras apresenta como prejuízo nós sabemos que é meramente contábil. Porque o insumo sai da Petrobras e vai para uma subsidiária da Petrobras. Então não tem lógica alguma você tratar isso como valor de mercado”, explicou.
Desde sexta-feira (31) uma comissão de negociação da FUP, formada por cinco dirigentes da entidade, ocupa a sala de reuniões do edifício-sede da Petrobras, no Rio de Janeiro. O objetivo é pressionar a gestão da empresa para que abra um canal de diálogo e negocie com a entidade alternativas que evitem as demissões na Fafen-PR
“A greve continua, enquanto não houver movimentação por parte da Petrobras. Estamos inclusive fortalecendo o movimento, as adesões estão acontecendo”, afirmou Alexandro Guilherme.
O sindicalista também comentou como a imprensa nacional não está dando o devido valor a paralisação.
“A mídia chegou a cogitar que seria uma greve ilegal. Na nossa posição, se o trabalhador não puder fazer greve contra demissões e rompimentos do acordos coletivos de trabalho ele não poderá fazer greve por nada.”
Segundo a FUP, trabalhadores da Transpetro, subsidiária da Petrobras, também aderiram a greve no Terminal de Cabiúnas, em Macaé (UTGCAB), no Terminal de Guarulhos, em São Paulo, e no Terminal Terrestre de Itajaí (TEJAÍ), em Santa Catarina.
*Com colaboração de Mauro Ramos, da RBA.
Edição: Rodrigo Chagas