Desde fevereiro de 2018, moradores dos bairros do Pinheiro, Mutange, Bom Parto e Bebedouro sofrem com rachaduras em suas casas e o afundamento do solo nas regiões. Laudos apontam a a mineradora Braskem como responsável pela tragédia, que culminará com a remoção de 17 mil pessoas que vivem na área.
A Braskem explora sal-gema, substância utilizada na fabricação de soda cáustica e PVC, em Maceió desde a década de 1970. Um estudo do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) constatou que a ação mineradora na região resultou em três fissuras de 1,5 km cada uma. Essa atividade, teria gerado instabilidade no solo.
A notícia de que a mineradora Braskem removerá 17 mil pessoas que vivem em 4,5 mil casas nos quatro bairros, provocou uma corrida em busca de imóveis no município e o setor reagiu aumentando o valor da locação em até 20%, de acordo com a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Alagoas (Ademi-AL).
No dia 3 de janeiro deste ano, o Ministério Público Federal, o Ministério Público de Alagoas, as Defensorias Públicas da União e do estado de Alagoa, anunciaram um acordo com a Braskem. A empresa se comprometeu em pagar R$ 1,7 bilhão pela remoção das 17 mil pessoas e um auxílio aluguel no valor de R$ 1 mil por seis meses.
A Cacto Facto está produzindo o documentário “Histórias do Subsolo”, que deve ser lançado em 2021, e que acompanha o caso desde o princípio. A produtora disponibilizou os depoimentos e imagens que estão na vídeo-reportagem que conta toda a história dessa tragédia.
Edição: Rodrigo Chagas
