América Latina

Governo interino da Bolívia rompe relações diplomáticas com Cuba

Ex-presidente da Bolívia, Evo Morales condenou "profundamente" a suspensão diplomática

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A chancelaria cubana considerou "inadmissível" a acusação da presidente interina boliviana, a quem classificou como "mentirosa" e "golpista"
A chancelaria cubana considerou "inadmissível" a acusação da presidente interina boliviana, a quem classificou como "mentirosa" e "golpista" - MRE / Bolivia

O governo da autoproclamada presidente da Bolívia, Jeanine Áñez, anunciou nesta sexta-feira (24/01) a suspensão das relações diplomáticas com Cuba.

A decisão vem após o ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, responder acusações sem provas feitas por Áñez de que os médicos de Cuba que atuavam na Bolívia receberam milhões de dólares do ex-presidente Evo Morales. A chancelaria cubana considerou "inadmissível" a acusação da presidente interina boliviana, a quem classificou como "mentirosa" e "golpista".

Segundo a chancelaria boliviana, o governo de Áñez "decidiu que, a partir desta data, suspenderia as relações diplomáticas com a República de Cuba. Essa determinação deve-se às recentes declarações inadmissíveis do ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, e à hostilidade e queixas constantes contra o governo constitucional boliviano e seu processo democrático", afirmou o ministro da Presidência, Yerko Núñez, atuando como chanceler.
 

Minutos após a decisão de Áñez, o ex-presidente da Bolívia Evo Morales condenou "profundamente" a suspensão diplomática com o governo cubano e disse que o governo interino "deteriora" a imagem do Estado Plurinacional. 

"Condenamos profundamente a suspensão do governo interino, das relações de Áñez com a República irmã de Cuba e a deterioração permanente da imagem internacional do Estado Plurinacional da Bolívia no que diz respeito à livre autodeterminação, soberania e diplomacia dos povos", afirmou Morales.

O comunicado correspondente foi publicado no site do Ministério das Relações Exteriores da Bolívia. 

A suspensão das relações entre La Paz e Havana aprofundou a mudança na política externa lançada pelo governo de Áñez, que chegou ao poder após um golpe de Estado realizado no dia 10 de novembro de 2019 com apoio da polícia e das Forças Armadas que forçou a renúncia de Morales.

Edição: Opera Mundi