Coluna

A má qualidade da água no RJ fez os atendimentos médicos triplicarem

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Os atendimentos nas UPAs por gastroenterites e vômitos chegaram a triplicar por causa da contaminação da água
Os atendimentos nas UPAs por gastroenterites e vômitos chegaram a triplicar por causa da contaminação da água - Reprodução
Uma água barrenta e nada transparente surge pelos encanamentos

Nós estamos em meio a um turbilhão de notícias ruins que nos chegam diariamente que a sensação é que passamos a nos acostumar com elas. Na realidade, não é apenas uma sensação.  Nosso raciocínio, por mais desenvolvida que seja nossa capacidade cerebral, não é voltado para processar muitas informações ao mesmo tempo. E desse jeito, o absurdo de hoje já nos faz esquecer um pouco mais o de ontem, e assim sucessivamente. O caos cotidiano vai ficando cada vez mais normalizado.
Eu me pego sempre pensando nesta história de caos cotidiano quando vez por outra me atenho ao que anda acontecendo no Rio de Janeiro. O que passei a acompanhar mais recentemente por lá são as notícias quanto à qualidade da água que está chegando nas casas. A péssima qualidade, na realidade. As imagens são horríveis. Uma água barrenta e nada transparente que surge pelos encanamentos de onde deveria sair água potável. Enquanto isso, os atendimentos nas UPAs por gastroenterites e vômitos chegaram a triplicar.
Estava lendo alguns especialistas que recomendaram para a população: 'Não bebam, não usem para banho e nem para cozinhar'. Faz todo o sentido, mas e aí? Como fica o povo carioca? Enquanto isso, o que pode ser feito já que é um item tão essencial? Vale lembrar que a ONU em 2016 aprovou uma resolução definindo o acesso à água como um direito universal.
É possível acompanhar até a falta de água mineral para comprar em algumas localidades. Fora a denúncia de preços abusivos por conta da demanda. O governador do Rio de Janeiro, o Wilson Witzel, demorou quase duas semanas para se pronunciar sobre o assunto. E neste caos, espero que o povo carioca tenha seu acesso à água potável minimamente regularizado no menor tempo possível.
Nacionalmente, seguimos em um país permeado pelos absurdos também. O governo federal até se utiliza da tática de soltar na imprensa vários absurdos, depois nega dois ou três, e os que restam parecem menos absurdos. Neste ritmo, tornou-se cotidiano acompanharmos a retirada de direitos sociais que tanto tempo nos custou para conquistar. Não é um desafio simples, mas precisamos desenvolver uma estratégia de enfrentamento. Senão, neste ritmo, não tardará a chegar o dia em que teremos que pagar até a respiração, como questionou o poeta cantador Siba.
 

Edição: Monyse Ravenna