BOLÍVIA

Partido de Evo Morales definirá seu candidato à presidência em 19 de janeiro

A reunião do MAS ocorrerá em Buenos Aires, onde o presidente boliviano eleito se encontra em asilo político após o golpe

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Ouça o áudio:

Evo Morales, exilado na Argentina, durante coletiva de imprensa após reunião com membros do MAS no último domingo (29)
Evo Morales, exilado na Argentina, durante coletiva de imprensa após reunião com membros do MAS no último domingo (29) - Alejandro Pagni / AFP

O presidente boliviano Evo Morales, exilado na Argentina após o golpe de Estado consumado em 10 de novembro deste ano, se reuniu com dirigentes de seu partido, o Movimento ao Socialismo (MAS) no último domingo (29), em Buenos Aires.

Ao contrário do que se esperava, a reunião não terminou com um candidato definido para o próximo pleito eleitoral no país. Durante a coletiva de imprensa realizada após o encontro entre dirigentes, Evo anunciou que a decisão ocorrerá em 19 de janeiro, também em Buenos Aires.

Entre os pré-candidatos estão os ex-chanceleres Diego Pary e David Choquehuanca, o ex-ministro da economia Luis Arce e o dirigente cocaleiro Andrónico Rodríguez, indicado como um dos favoritos pelo ex-vice-presidente Álvaro García Linera em uma entrevista concedida ao jornal argentino Página 12. O único dos pré-candidatos que participou do encontro foi o ex-chanceler Diego Pary.

A decisão do MAS sobre o próximo candidato eleitoral ocorrerá em meio a divisões no interior do partido. A presidenta do Senado, Eva Copa, não compareceu ao encontro de dirigentes realizado na Argentina e afirmou que sua decisão reflete a posição de setores do partido na província de El Alto – uma das principais zonas de organização do MAS –, de que os candidatos devem ser eleitos “na Bolívia, a partir das bases”, como afirmou em entrevista ao jornal boliviano Página Siete.

Segundo uma pesquisa do instituto Mercados y Muestras divulgada no último dia 22, Andrónico Rodríguez aparece com 23% das intenções de voto para presidente, dois pontos percentuais à frente de Carlos Mesa, da Comunidade Cidadã (CC), que disputou as últimas eleições contra Morales.

Já o empresário Luis Fernando Camacho, representante da extrema-direita que liderou o movimento golpista na região de Santa Cruz de La Sierra, tem 16%.

A autoproclamada presidenta do país, Jeanine Áñez, sancionou, no último dia 20, uma lei que ampliou de dois para dez dias o prazo para que o Tribunal Supremo Eleitoral convoque o pleito. Desta forma, a data para as novas eleições na Bolívia deve ser anunciada até esta segunda-feira (30). Após a convocação, as eleições devem ocorrer em até 120 dias.

Edição: Luiza Mançano