Não faz sentido separar o tratamento das ações de prevenção
Estamos chegando no final do ano de 2019 e eu quero terminar essa última semana legislativa do ano denunciando o esforço de desmonte da política nacional de enfrentamento às infecções sexualmente transmissíveis -- como o vírus HIV/AIDS --, através de ações do governo federal e também de governos estaduais.
No estado de São Paulo, por exemplo, existe uma ameaça de fragmentação da resposta à AIDS, principalmente com a separação das coordenações responsáveis pelos centros de referência e tratamento.
Além de um absurdo, isso é um contrassenso, dado o sucesso da resposta à AIDS, nos últimos anos. A chamada 'prevenção combinada' -- articulação de ações educativas, testagem rápida, início e condução adequada do tratamento -- tem contribuído tanto para melhorar a qualidade de vida de quem convive com o HIV, quanto para reduzir a transmissão. Assim, não faz o menor sentido separar as responsabilidades relativas ao tratamento das ações de prevenção no enfrentamento ao HIV.
Essa semana, nós garantimos a aprovação da urgência de dois projetos muito importantes para a resposta nacional ao HIV. O primeiro é a garantia ao direito ao sigilo das pessoas diagnosticadas com infecção pelo HIV, para que esse direito se expanda para além dos profissionais médicos e enfermeiros. O segundo, visa garantir a manutenção da oferta dos medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A luta contra a AIDS, que tem dezembro como seu marco internacional, precisa dar mais visibilidade ao tema, para fortalecermos uma resposta que proteja e cuide das pessoas que vivem com o vírus.
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