Indicadores sociais revelam que a fome já alcançou 15 milhões de pessoas
Com um discurso em que conclama a unidade do povo para recolocar o país de pé e caminhar rumo ao desenvolvimento com justiça social, tomou posse o novo presidente da Argentina, Alberto Fernández na última terça-feira (10), em Buenos Aires.
Vitorioso pela Frente de Todos que contava com a ex-presidenta Cristina Kirchner como vice, e um amplo apoio de movimentos sociais, sindicatos, e das principais agremiações do peronismo, Alberto Fernández não poupou as críticas ao seu principal adversário nas eleições, o agora, ex-presidente, Mauricio Macri e a seu projeto neoliberal que em quatro anos deixou a economia e a situação social do país completamente destroçadas.
O desafio do novo mandatário não é pequeno: os indicadores sociais revelam que a fome já alcançou 15 milhões de pessoas e que uma a cada duas crianças estão vivendo abaixo do nível da pobreza em um país considerado como um grande produtor de alimentos; 30% dos desempregados são jovens e a inflação já supera os 50%; o nível de desindustrialização já é o maior dos últimos 30 anos e a economia em recessão agrava mais esse quadro.
A Argentina é o terceiro destino das exportações brasileiras, só atrás dos Estados Unidos (EUA) e da China. No entanto, o presidente Jair Bolsonaro, que declaradamente apoiou Macri, não compareceu à posse e no último minuto, enviou o vice-presidente Hamilton Mourão, indicando que as relações entre os dois países, considerada estratégica, agora sofre um abalo.
Quando um plano de governo indica que vai priorizar os mais pobres, a reação dos operadores das bolsas de valores é igual em toda parte do mundo e não foi diferente na Argentina. Quando o presidente anunciou que vai renegociar a dívida e só vai pagá-la quando o país começar a crescer, a bolsa caiu.
Edição: Vivian Virissimo