Empresas capitalistas estão em busca de lucros exorbitantes dos bens da natureza
Muitos são os elementos que devem ser analisados para entender o que está acontecendo nos países da America Latina e Caribe atualmente. É preciso saber das correlações de forças que envolvem a luta de classe em cada país e principalmente a movimentação de fora para dentro de agentes de países com interesses nas imensas riquezas existentes na região.
A crise do sistema capitalista na era da globalização requer, por parte das empresas capitalistas, um movimento brusco em busca dos lucros exorbitantes dos bens da natureza e veem nessa exploração uma possível saída para suas crises.
Ocorre que em um território que antes era controlado e hegemonizado por uma grande potência (Estados Unidos) facilitando e abrindo caminho para suas empresas explorarem essas riquezas sem nenhum impedimento hoje, em um mundo mais polarizado, essa disputa se agudiza.
A China, por exemplo, já é o principal destino das commodities agrícolas e minerais produzidas pelos países da região, deixando os EUA e a Europa para trás. A soja, a carne, o petróleo e o minério de ferro do Brasil; a soja, a carne e o trigo da Argentina; o gás e o lítio da Bolívia; o cobre e o vinho do Chile; o petróleo e o gás da Venezuela; o petróleo e o gás da Colômbia; as imensas reservas minerais e de biodiversidade do Equador e Peru interessam ao capital e estão no centro das disputas interimperiais na América Latina.
A democracia e sua maior expressão, que é a vontade da maioria exercida através do voto popular, já não são aceitas se contrariam os interesses dos projetos de exploração do capital.
A introdução das chamadas guerras de baixa intensidade e as guerras híbridas, muito comuns nos países em conflitos, fazem parte desse pacote base para seguir derrubando governos e reprimindo a resistência popular de forma violenta.
Edição: Vivian Virissimo