Rio de Janeiro

ALERTA

Óleo que contaminou o Nordeste pode chegar nos próximos dias nas praias do Rio

De acordo com especialista, áreas de manguezais e bocas de rio serão as mais afetadas

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Locais afetados pelo derramamento de óleo no litoral brasileiro subiram de 494 para 643 na última semana
Locais afetados pelo derramamento de óleo no litoral brasileiro subiram de 494 para 643 na última semana - Fotos Públicas

Na última semana o número de locais afetados pelo derramamento de óleo no litoral brasileiro subiu de 494 para 643. A substância que atinge o nordeste do país desde o dia 30 de agosto está prestes a chegar ao estado do Rio de Janeiro.

O governo do Rio anunciou que já se mobilizou para conter o óleo que pode chegar em poucos dias ao litoral do estado. O biólogo e coordenador científico do Instituto Boto Cinza, Leonardo Flach, em entrevista ao Programa Brasil de Fato RJ explicou o impacto socioambiental que pode ocasionar na costa do estado. 

“O impacto é menor até pela quantidade de óleo que está chegando na costa sudeste, mas, por outro lado, a dificuldade do recolhimento desses pequenos fragmentos é maior em relação a grande fragmentos. É um impacto menor em relação a quantidade, mas é um problema porque esses fragmentos não serão recolhidos em sua totalidade e vão ficar durante anos precipitados no fundo do leito marinho jogando as substâncias nocivas para o meio ambiente”, afirmou Flach.

Na última segunda-feira (18), a Prefeitura de Cabo Frio, na região dos lagos do estado do Rio, emitiu uma nota informando que está em estado de alerta para evitar que o óleo que atingiu o litoral nordestino e do Espírito Santo chegue às praias da cidade que é um dos principais pontos turísticos do Rio.

De acordo com o biólogo, a chegada do petróleo poderá causar um impacto maior para áreas de manguezais e bocas de rio do que para as praias em si e isso pode comprometer o trabalho de pescadores e marisqueiros da região.

“São ecossistemas bem mais sensíveis do que outros ecossistemas que tem uma energia maior, que chamamos de ecossistemas de mar aberto, a própria ação do mar, das ondas consegue fazer com que esse óleo vá se diluindo de maneira mais rápida. Esses ecossistemas [manguezais e bocas de rio] são os que a gente tem que tomar mais atenção e tem o potencial também de prejudicar a questão social porque há marisqueiros e pescadores que dependem desses ecossistemas que são de grande produtividade”, explicou.

*Redação: Jaqueline Deister / Entrevista: Denise Viola
 

Edição: Vivian Virissimo