O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba (PR), por volta das 17h40 desta sexta-feira (8), após 580 dias de prisão política. O petista foi recepcionado pela militância.
Em seu discurso, emocionado, Lula agradeceu, em especial, aos militantes da Vigília Lula Livre, que permaneceram no local desde o dia 7 de abril de 2018, quando o ex-presidente foi preso após determinação do então juiz da Lava Jato e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro.
"580 dias gritaram aqui: 'bom dia, Lula, boa tarde, Lula, boa noite, Lula. Não importa se estivesse chovendo, que estivesse 40 graus, que estivesse zero grau. Todo santo dia, vocês eram o alimento da democracia", disse.
A atuação do Ministério Público (MP) e da Polícia Federal também foi abordada por Lula, em tom crítico. Durante sua fala, ele afirmou que essas instituições "trabalharam para tentar criminalizar a esquerda, o PT, o Lula."
O ex-presidente reafirmou ainda sua resistência ao lembrar de situações adversas vivenciadas em outros momentos que não foram capazes de vencê-lo.
"Saio daqui sem ódio. Aos 74 anos, meu coração só tem espaço para o amor, porque o amor vai vencer nesse país. Eles têm que saber que o nordestino, que nasceu em Garanhuns (PE), que passou fome e que veio para São Paulo e não morreu de fome até os 74 anos de idade, não tem nada que me vença"
O alvará de soltura do petista foi expedido na tarde desta sexta-feira pelo juiz Danilo Pereira Júnior, da 12ª Vara Federal de Curitiba motivado pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou, na quinta-feira (7), a execução de pena após condenação em segunda instância. O pedido foi protocolado na manhã de hoje pela defesa do ex-presidente.
Edição: Geisa Marques