Movimento que se opõe às vacinas trouxe de volta doenças que estavam erradicadas
Ocorreu no sábado (19), em Manguinhos, zona Norte do Rio de Janeiro, o “Fiocruz pra Você”, evento com programação espalhada pelo bairro, voltada à saúde pública, com atividades culturais, feira de ciência, e campanhas de vacinação. O evento reforçou a mensagem “Vacina Sim”, que defende a vacinação como proteção individual e coletiva.
Em entrevista ao Repórter SUS, Nísia Trindade, presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), explica que a vacinação deve ser vista como um bem para toda a sociedade, como um instrumento de saúde pública e um direito da população.
O alerta se dá devido à redução da cobertura vacinal ocorrida no Brasil nos últimos anos, estimulada por um movimento internacional de contestação da eficiência da vacinação.
“Nós fizemos um papel muito importante na campanha de erradicação da varíola, na campanha da poliomielite e de outras doenças. O sarampo, com o número aumentado de casos esse ano, alarma a sociedade”, lembra Nísia.
A cobertura vacinal da vacina tríplice -- que protege contra sarampo, caxumba e rubéola -- não atingiu a meta de 95% nos últimos três anos, segundo o Ministério da Saúde (MS). De acordo com último boletim, a cobertura está em 57,19%, a mais baixa dos últimos cinco anos. Só no período de 7 de julho à 28 de setembro deste ano, foram notificados 35.522 casos suspeitos de sarampo. Destes, 15% foram confirmados e 63% estão sendo investigados.
A Fundação é responsável pela produção de imunológicos de febre amarela, tríplice viral, DTP+Hib, poliomielite, Hib, meningite A e C, rotavírus e pneumocócica.
“Todos os fatores que dificultam a vacinação têm que ser trabalhados, desde a educação, a comunicação, o funcionamento da atenção à saúde, e a vacinação na atenção básica, o funcionamento das unidades de saúde de uma maneira a facilitar esse processo de vacinação para a população”
Edição: João Paulo Soares