O caso do duplo homicídio da vereadora Marielle Franco (Psol) e o motorista Anderson Gomes completa um ano e meio no próximo dia 14 de setembro sem resposta sobre o mandante do crime. Em depoimento à Polícia Federal (PF), o policial militar Rodrigo Jorge Ferreira, conhecido como Ferreirinha, confessou que levava dinheiro de suborno a policiais da Delegacia de Homicídio da Capital (DH), no Rio de Janeiro, a mando do miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica. A DH é a unidade que chefia a investigação dos assassinatos de Marielle e Anderson.
A informação revelada na última segunda-feira (2) pelo portal UOL consta no inquérito da PF que concluiu que Ferreirinha, ex-aliado de Orlando Curicica, e sua advogada, Camila Lima Nogueira, obstruíram a investigação do caso. O PM Jorge Ferreira está preso desde maio e foi interrogado pela PF no dia 22 de fevereiro deste ano. Segundo o UOL, Ferreirinha admitiu no mesmo depoimento que prestou falso testemunho ao acusar Curicica e o vereador Marcelo Sicilliano (PHS-RJ) de serem os mandantes do atentado. Ele teria mentido por medo de ser assassinado pela milícia.
O Brasil de Fato contatou a Polícia Civil para um posicionamento sobre a denúncia de um suposto esquema de corrupção na Delegacia de Homicídio da capital, mas não recebeu retorno do órgão. A primeira fase de investigação sobre o caso Marielle e Anderson levou a prisão do ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de ter efetuado os disparos, e do PM reformado Élcio Queiroz, que dirigia o carro de onde partiram os tiros. O então delegado titular da Delegacia de Homicídio Giniton Lages foi afastado após a entrega dos nomes dos executores. Daniel Rosa assumiu a delegacia em março.
Edição: Mariana Pitasse