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Justiça concede liberdade provisória à militante de movimento sem-teto Angélica Lima

Outras três lideranças permanecem presas há 70 dias, acusadas de extorsão em ocupações na capital paulista

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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No dia da prisão, 24 de junho, integrantes de movimentos de moradia aguardam do lado de fora da delegacia
No dia da prisão, 24 de junho, integrantes de movimentos de moradia aguardam do lado de fora da delegacia - Foto: Rute Pina

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) concedeu, na última segunda-feira (2), liberdade provisória para a militante Angélica dos Santos Lima, uma das quatro lideranças de movimentos sem-teto da capital paulista presas desde o dia 24 de junho deste ano. Angélica é integrante do Movimento de Moradia para Todos (MMPT) e foi liberada na manhã desta terça-feira (3).

Permanecem presos Sidney Ferreira da Silva, Jacine Ferreira da Silva (também conhecida como Preta Ferreira) e Edinalva Silva Ferreira. Pedidos de habeas corpus haviam sido negados, tanto pela justiça estadual quanto pela federal.

As lideranças são acusadas de extorsão, com base em denúncias anônimas e interceptações telefônicas, por supostamente cobrarem taxas que variam de R$ 200 a R$ 400 nas ocupações.

A Polícia Civil informou, à época da prisão, 70 dias atrás, que a investigação é decorrente de um inquérito que teve início após o incêndio no edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandú, em 1º de maio de 2018. A tragédia deixou sete vítimas fatais, duas desaparecidas e 291 famílias desabrigadas.

Preta e Sidney são filhos de Carmen Silva Ferreira, coordenadora do Movimento dos Sem Teto do Centro (MSTC) e da Frente de Luta por Moradia (FLM). Na semana passada, Carmen foi absolvida no segundo processo em que respondia a acusações semelhantes -- extorsão na ocupação Hotel Cambridge.

O advogado da militante, Ariel de Castro Alves, explicou que o acórdão do Tribunal poderá servir para a defesa das lideranças que permanecem presas.

Edição: Rodrigo Chagas