Negligência

Inpe alertou em maio sobre incêndios que acabaram devastando terra indígena no MT

Segundo o Ibama, fogo destruiu a quase totalidade dos 219 mil hectares do Território Areões, onde vivem 1,5 mil xavantes

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Fiscais do Ibama e agentes da PF em operação na Terra indígena Areões, no Mato Grosso
Fiscais do Ibama e agentes da PF em operação na Terra indígena Areões, no Mato Grosso - Divulgação | Ibama

Em maio desse ano, O Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe) identificou os primeiros focos de incêndio na Terra Indígena Areões, no Mato Groso, mas não houve ação do governo.

Os focos se multiplicaram e nesta quarta-feira (28), em operação na área, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) constatou que a quase totalidade dos 219 mil hectares do território já foram consumidos pelo fogo.

Batizada de Sirena, a operação conta com apoio da Polícia Federal e prevê ações em mais áreas do Cerrado.

Embora o Inpe e outras instituições venham emitindo vários alertas sobre os crescentes ataques contra este e demais biomas brasileiros, a atuação do governo Bolsonaro ocorre apenas agora, após o explosivo aumento de incêndios na Amazônia ter provocado forte repercussão negativa no país e no exterior.

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Em Areão, vivem cerca de 1,5 mil índios da etnia Xavante. A Terra Indígena, segundo o Inpe, é a área com mais focos de calor em Mato Grosso. Foram 124 pontos em agosto. O território fica a 800 quilômetros da capita Cuiabá.

Os agentes flagraram movimentação de caminhões e tratores dentro da terra indígena e procuram pelos infratores, mas até o momento ninguém foi preso.

Edição: João Paulo Soares