Rio de Janeiro

"FAKE NEWS"

Especialista dá dicas de como evitar cair em notícias falsas

Coletivo Intervozes lança cartilha digital “Desinformação: ameaça ao direito à comunicação muito além das fake news”

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Áudio com oportunidade falsa de emprego circulou no WhatsApp e levou dezenas para fila em Niterói
Áudio com oportunidade falsa de emprego circulou no WhatsApp e levou dezenas para fila em Niterói - Allan White/Fotos Públicas

As chamadas “fake news” sempre existiram com nomes mais populares. Boato, fofoca, mentira, balela. Todas essas palavras do nosso cotidiano significam a mesma coisa: notícias falsas, ou em inglês, “fake news”. Mas com a velocidade de propagação da internet, você verifica se uma informação é mesmo verdadeira antes de compartilhar nas redes sociais? 

Um áudio anunciando vagas falsas de emprego circulou no WhatsApp este mês e dezenas de pessoas madrugaram no endereço em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Além do prejuízo na vida social, a onda de notícias falsas também preocupa especialistas sobre os impactos na política em diversos países.

No Brasil, os processos de desinformação ganharam maior visibilidade nas últimas eleições com o objetivo de confundir a população e contaminar o debate político. Na véspera do primeiro turno, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a remoção de 35 informações falsas sobre os candidatos do Partido dos Trabalhadores (PT) Fernando Haddad e Manuela D’Ávilla do Facebook.   

Em entrevista ao programa Brasil de Fato, Bia Barbosa, integrante do Coletivo Intervozes, disse que uma parcela significativa da população brasileira foi influenciada por notícias falsas. Um dos maiores escândalos da campanha de Jair Bolsonaro (PSL) foi o disparo de mensagens em massa no WhatsApp.

“As eleições sem dúvida foram contaminadas em grande escala por um processo de desinformação que foi financiado por caixa 2 de muitas campanhas, tendo uma clara violação da legislação eleitoral”, alerta.  

Pensando em promover o debate e trazer alternativas para o fenômeno das “fake news”, o Intervozes lançou a cartilha digital “Desinformação: ameaça ao direito à comunicação muito além das fake news”. Bia Barbosa, editora da publicação, explica que em muitos casos há interesses econômicos envolvidos em espalhar boatos de forma intencional, verdadeiras “fábricas de desinformação”. Além de defender que a justiça investigue mais rápido os conteúdos e possa removê-los, Bia ressalta que é preciso uma educação voltada para o entendimento da mídia.

“Precisamos enfrentar quem produz essas fábricas de desinformação e coloca dinheiro para disseminar esse conteúdo. Não vamos resolver as fake news com uma medida só. Precisamos ter um cidadão melhor informado e mais crítico em relação aos conteúdos que recebe e na outra ponta um aparato de investigação para punir quem produz de maneira organizada e intencional querendo causar dano”, avalia.

Confira algumas dicas valiosas da especialistas para evitar cair nas "fake news":

1) Desconfie de manchetes sensacionalistas, dados fora de contexto e imagens manipuladas;

2) Pesquise a informação em outros meios de comunicação confiáveis e órgãos oficiais; 

3) Seja crítico em relação aos conteúdos que recebe.

Edição: Vivian Virissimo