Em defesa da educação, da aposentadoria, do emprego e da soberania nacional, milhares de manifestantes participaram de uma marcha no Centro do Rio de Janeiro nesta terça-feira (13). O ato, chamado Tsunami da Educação, é o terceiro que acontece em todo o país desde que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou cortes no orçamento da pasta. Além disso, a reforma da Previdência que altera as regras da seguridade social também é outra razão que motivou o protesto.
O Rio de Janeiro é um dos 200 municípios brasileiros que registrou movimentações de estudantes e trabalhadores, segundo levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). O ato teve concentração nas imediações da Igreja da Candelária e rumou para o Edifício Sede da Petrobrás (Edise), na Avenida República do Chile.
A secretária de comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RJ), Duda Quiroga, explica as razões da manifestação ser finalizada na sede da estatal. “Só conseguimos conquistar educação pública, trabalho, emprego e Previdência social se tivermos soberania nacional. E ter soberania nacional é ter empresas públicas estatais brasileiras para podermos, por exemplo, pleitear os royalties do petróleo para a educação”.
Durante a concentração do protesto, o Brasil de Fato conversou com a professora de Geoquímica, Catia Barbosa, 57 anos, da Universidade Federal Fluminense (UFF). Ela criticou os contingenciamentos de verbas anunciadas pelo Ministro da Educação, Abraham Weintraub, que colocam em xeque o futuro da educação pública brasileira. “O Future-se é um verdadeiro absurdo, foi lançado sem comunicação ou conversas com a universidade. Esse projeto surgiu das trevas e mata a Ciência brasileira, a educação superior e a esperança de muitos jovens conseguirem concluir o ensino público e transformar suas vidas", enfatiza. Catia levava consigo um cartaz com os dizeres: “Ciência e Educação, soberania da nação”. Segundo ela, um país só é soberano com ciência de ponta trazendo avanços para sociedade. Diversas universidades federais, inclusive a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), já anunciaram que as atividades podem ser interrompidas antes do final deste ano.
Jornada de lutas
Panfletagens, aulas públicas e passeatas foram registradas em vários bairros da capital e no interior do estado durante a jornada de luta pela Educação pública de qualidade e contra a reforma da Previdência. Professores, estudantes e integrantes de movimentos populares realizaram atividades políticas nos bairros de Campo Grande, Méier, Madureira, Largo do Machado e Taquara. No interior do estado, manifestações foram promovidas em Campos dos Goytacazes, Barra do Piraí, Angra dos Reis, Cabo Frio.
Edição: Vivian Virissimo