O programa diário do Brasil de Fato Rio de Janeiro completa um ano neste mês de agosto pelas ondas da Rádio Bandeirantes 1360 AM. O projeto ousado de um programa que vai ao ar de segunda a sexta-feira, a partir das 18h, reúne uma programação repleta de informações sobre os principais acontecimentos do estado do Rio, além de cultura, esporte e política nacional, colocando sob o holofotes iniciativas pouco divulgadas do povo carioca.
A garçonete Verônica Ferreira, de 56 anos, é uma ouvinte assídua do programa. Ela conta que descobriu o Brasil de Fato pela programação da Bandeirantes AM. “Eu só assistia TV Brasil, veio o golpe e eu parei de assistir até a TV Brasil. Ficava só no rádio e na internet. E aí do nada, um dia pegou, e aí eu falei ‘que programa legal’, mas achei estranho que era na Band”, ri. Hoje em dia Ferreira sequer liga o aparelho de rádio e ouve diretamente do site. “Raramente eu ligo o rádio. Eu escuto direto no Whatsapp e eu também fico escutando o Brasil de Fato sempre na internet, pelo aplicativo”, diz Ferreira.
Para ela, o que mais a atrai no programa é o conteúdo. “Eu sempre gostei desses programas diferenciados. Algo diferente, que somasse, que tivesse opiniões mais claras", afirma.
E esta ideia já existe desde a criação do programa. É o que conta Raquel Júnia, uma das jornalistas que integrou a equipe do Brasil de Fato no Rio e ajudou a criar o programa no estado. Para ela, era fundamental dar destaque às questões "caras" ao Rio de Janeiro, como segurança, saúde e educação, movimentos populares e política, mas também trazer temas que aproximassem os ouvintes, com um olhar popular.
“A gente sempre teve clareza que esporte precisava estar no programa, o Rio é muito ligado ao futebol, aos clubes e também tínhamos consciência de que era importante ir além do futebol, trazer essa pegada do esporte com outro olhar. A cultura sempre teve espaço garantido, sendo como agenda, sendo entrevistando artistas”, conta.
Para Denise Viola, apresentadora do programa, este é o grande trunfo: conseguir se aproximar dos ouvintes e fazer com que temas políticos toquem pessoas que não têm nenhum envolvimento com militância.
“Acho que é bacana a gente ver que existe uma sintonia de todo esse time com uma grande parcela do público, dos nossos e nossas ouvintes, isso me deixa bastante satisfeita. Algumas pessoas que não são militantes, não são de esquerda, mas que se sensibilizam de uma forma com as pautas que são levadas ao ar, pelas reportagens, pelas entrevistas e que vem se aproximando”, anima-se. Viola é radialista desde 1983 e já atuou na Rádio Nacional, MEC, em emissoras comunitárias e comerciais.
História
O programa surgiu em 2017, em um primeiro momento somente aos sábados. Alguns meses depois de uma experiência exitosa e com a aproximação das eleições de 2018, a equipe sentiu que estava pronta para um novo desafio.
“Decidimos dar esse passo além, com ousadia, e garantir esse programa diário. A gente via que só o fim de semana não dava conta de tantos temas. Então, foi uma conquista muito importante o programa diário também “, conta Júnia. Nestes 365 dias o programa acompanhou diversas pautas importantes do Brasil, Rio de Janeiro e mundo e foi construído também em conjunto com estados da rede Brasil de Fato que já tinham programas de rádio, como São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco.
Para a jornalista, o programa ocupa um espaço importante no Rio. “Acho que é uma conquista da classe trabalhadora, dos movimentos sociais, uma conquista muito boa. Ainda mais nesse cenário que a gente precisa tanto dessa reflexão política diária”, conclui.
Edição: Jaqueline Deister