O deputado estadunidense Al Green, dos Democratas, do estado do Texas, protocolou um pedido de impeachment nesta terça-feira (16) contra Donald Trump, após o presidente fazer uma série de declarações racistas e xenofóbicas contra deputadas negras e muçulmanas.
O Congresso dos EUA votou no meso dia uma moção de condenação por conta das declarações, por um placar de 240 a 187, após uma sessão tumultuada na qual os republicanos, partidários do presidente, tentaram impedir que uma deputada, Nancy Pelosi, qualificasse Trump como “racista e intolerante”.
Ao longo do final de semana, o presidente disse que as deputadas protagonizam ações “horríveis e repugnantes” e que deviam voltar para “os locais infestados de crime” de onde vieram.
Três das quatro congressistas criticadas, Ayanna Pressley, Alexandria Ocasio-Cortez e Rashida Tlaib, nasceram nos EUA. Ilhan Omar, muçulmana e nascida na Somália, é uma cidadã estadunidense, acusada falsamente por Trump de “louvar a al-Qaeda”.
“Quando você manda cidadãos estadunidenses voltarem para seus países, isso tem tudo a ver com raça”, disse Ocasio-Cortez. Os EUA têm 22 milhões de cidadãos nascidos em outros países.
Desde 2017, Green protocola pedidos contra o presidente, que foram barrados até agora pela maioria republicana da Casa. Segundo ele, as declarações de Trump deixaram a presidência numa posição “ridícula, desprezível, desgraçada e desrespeitosa”.
Como se trata de uma “resolução privilegiada”, o deputado poderia forçar uma votação em até dois dias legislativos, mas a decisão de levar adiante a medida divide deputados democratas. Atualmente, 86 deputados apoiam a deposição de Trump abertamente. O Congresso tem 435 cadeiras.
Edição: Pedro Ribeiro Nogueira