Coluna

Juiz e torcedor fanático

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Existem uns juízes enrustidos, que roubam para um time, mas fingindo serem honestos
Existem uns juízes enrustidos, que roubam para um time, mas fingindo serem honestos - Pixabay
Em um julgamento, um juiz não pode deixar que seu ideário influencie na decisão

Você já imaginou um juiz de futebol torcedor fanático por um clube?

Existem uns enrustidos, que roubam para um time, mas fingindo serem honestos. Em Belo Horizonte existiu um árbitro que não escondia sua preferência pelo Atlético Mineiro. O nome dele era Alcebíades Magalhães Dias, e o apelido era Cidinho.

Existem muitas histórias sobre como ele apitava a favor do Atlético, mas a mais conhecida foi num jogo do seu time contra o Botafogo do Rio, em Belo Horizonte, em 1949. Numa dividida, a bola saiu pela lateral e os jogadores Afonso, do Atlético, e Santo Cristo, do Botafogo, discutiam de quem seria a lateral.

Cidinho, o juiz, falou para o Afonso:

— Bola nossa! É nossa, Afonso. É bola nossa.

Por causa disso ficou conhecido como Juiz Bola Nossa ou Cidinho Bola Nossa.

Se no futebol isso parece folclore, imagine se na Justiça criminal tiver um juiz assim, que “torce” a favor ou contra alguém ou algum grupo, partido ou seja o que for.

Um juiz pode ser de direita ou de esquerda, mas na hora de julgar não pode deixar que seu ideário influencie na absolvição ou condenação de alguém.

É muito mais grave do que o resultado de uma partida de futebol.

Pois é... Agora vieram à luz diálogos via celulares que mostram entendimentos entre o procurador Delton Dallagnol e o juiz Sergio Moro para prender Lula de qualquer jeito e, assim, tirar o ex-presidente do jogo político.

Para isso valia tudo. Grampear telefones, inclusive dos advogados de Lula, vazar conversas do réu com a então presidente 
Dilma e outras ilegalidades festejadas pela direita, que, se fossem praticadas contra outros poderiam ser punidas severamente.

E depois de Lula preso, fizeram o que podiam e o que não podiam para prejudicar seu candidato a presidente, o Haddad. Se fosse numa partida de futebol, acho que seria equivalente a colocar na arbitragem um juiz determinado a fazer um time perder a partida, auxiliado por bandeirinhas com a mesma intenção.

Juízes e bandeirinhas torcedores fanáticos CONTRA um determinado time. E novamente, pensando numa partida de futebol, seriam um Juiz Bola Nossa e vários Bandeirinhas Bola Nossa.

Ficou parecendo que a Operação Lava Jato, é uma coisa que os direitistas poderiam chamar de Operação Justiça Nossa, e o juiz, claro, Magistrado Justiça Nossa, não é?
 

Edição: Michele Carvalho