O vice-ministro da Agricultura da China, Qu Dongyu, foi eleito neste domingo (23) o novo diretor-geral da Agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e irá substituir o brasileiro José Graziano da Silva, ex-ministro extraordinário para Segurança Alimentar durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dongyu conquistou 108 votos dos 191 países participantes e venceu os candidatos da França e da Geórgia, que receberam 71 e 12 votos respectivamente. O chinês assumirá o cargo no próximo dia 1º de agosto.
O novo diretor-geral da FAO tem 56 anos e é vice-ministro da Agricultura e dos Assuntos Agrários da República Popular da China desde 2015. Formado em Ciências Agrícolas e do Meio Ambiente, possui também mais de 30 anos de experiência em planejamento, formulação de políticas, cooperação internacional e gerenciamento.
Segundo especialistas, a eleição de Dongyu representa uma incógnita nas prioridades da FAO, deixando dúvidas se a organização apoiará práticas sustentáveis ou privilegiará o agronegócio.
O chinês recebeu o apoio de países como Brasil, Argentina e Uruguai, que têm na China um dos mais importantes parceiros no agronegócio.
Após ganhar a eleição, ele elogiou as "reformas bem-sucedidas" de seu país e disse que irá se concentrar em políticas para erradicar a fome em regiões pobres. "É uma data histórica, um novo trampolim para a agricultura. Faremos de tudo para sermos neutros e imparciais", disse.
Sucessão
Qu Dongyu ocupará o posto que pertenceu ao brasileiro José Graziano da Silva por dois mandatos consecutivos - eleito em 2011 e reeleito em 2015.
Graziano foi ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2003 e 2004, sendo o responsável pela implementação do Programa Fome Zero.
Agrônomo de formação, Graziano é professor e já escreveu diversas obras sobre a questão agrária do Brasil.
Edição: Opera Mundi