Quem nos conhece, já sabe: temos feito de nosso mandato um espaço plural, democrático, comprometido com a resistência, em defesa da nossa cidade e de um Brasil mais soberano, mais democrático e popular, como tem que ser todo mandato do PT.
Hoje quero fazer um convite. Vamos às ruas amanhã?
Tenho certeza de que os motivos são muitos. Vamos refletir sobre eles, começando pelas manifestações do último domingo, 26 de maio, convocadas pelo presidente da República para defender sua proposta de reforma da Previdência.
Depois de endossar em seus grupos no Whatsapp um texto que falava abertamente em ruptura institucional, as manifestações ecoaram o tom do presidente e acabaram sendo também contra o Congresso Nacional e contra o Supremo Tribunal Federal (STF), apelo inconstitucional que se tornou uma ameaça à democracia.
Diga-se de passagem, a micareta fascista não foi uma manifestação espontânea, embora fosse apresentada assim por algumas emissoras de tevê que, como empregadoras e defendendo os interesses de seus patrocinadores, são a favor da reforma da Previdência por motivos óbvios. Afinal, por que gastar com a classe trabalhadora se podem aumentar seu capital?
Quem foi às ruas e patrocinou o evento por todo o país, com a distribuição de bandeiras, camisetas, e grandes trios elétricos, foi a extrema direita, o núcleo duro bolsonarista e empresários, os mesmos que financiaram a campanha presidencial. Mas o que esse governo nos oferece hoje?
Além da pavorosa reforma da Previdência, o governo cortou 30% da verba das universidades e institutos federais, suspendeu bolsas de pós-graduação, feriu a ciência e a tecnologia, e ataca o ensino em todo País. Ao mesmo tempo, o governo autoriza a população a se armar e prepara uma megalicitação para gastar R$ 444 milhões na compra de mais de 100 mil pistolas para a Força Nacional de segurança e polícia civil dos estados. E é por isso que faço a vocês o convite para irmos às ruas amanhã.
Irmos às ruas significa se posicionar contra o desmonte da educação pública, significa dar ênfase à nossa participação organizada nas lutas sociais, significa combater este Estado de exceção que avança sobre os nossos direitos. Ir às ruas será uma ação importante para a mobilização do dia 14 de junho, focada em impedir que a reforma da Previdência aconteça, porque da forma em que está colocada não se trata de uma reforma, mas da retirada de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras em favor dos bancos.
Temos que ampliar o movimento de oposição ao ultraliberalismo econômico, aos valores conservadores que impõem o agravamento das desigualdades sociais. O que está em jogo é o futuro do povo de seus filhos e netos.
Os mais jovens são o que mais sofrem com o desemprego e agora perdem o direito à educação, enquanto os mais idosos perdem a aposentadoria e veem despencar os valores do Benefício de Prestação Continuada (BPC), entre tantas outras perdas.
Por isso, digo que temos que resistir ao ataque à educação, resistir em favor da aposentadoria e contra a reforma da Previdência. Neste sentido, pergunto aos movimentos, à militância, aos trabalhadores da educação e das demais áreas: aceitam o meu convite?
O Brasil nas ruas em defesa da Democracia e da Educação. Vamos às ruas amanhã!
* Juliana Cardoso é vereadora (PT-SP), vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente e membro das Comissões de Saúde e de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo.
Edição: Cecília Figueiredo