O chanceler – cargo equivalente ao de primeiro-ministro – da Áustria, o conservador Sebastian Kurz (ÖVP), perdeu nesta segunda-feira (27) um voto de confiança do Parlamento do país e terá que deixar o cargo. Novas eleições serão realizadas em setembro.
A decisão veio após um escândalo de corrupção envolvendo o hoje ex-vice-premiê Heinz-Christian Strache, do FPÖ (Partido da Liberdade, de extrema direita). Em meados de maio, o jornal Süddeutsche Zeitung e a revista Der Spiegel divulgaram um vídeo feito com uma câmera escondida antes de Strache se tornar membro do governo.
A suposta sobrinha de um oligarca russo aparece oferecendo dinheiro – que teria sido obtido de forma ilegal – a Strache, que disse a ela que, se comprasse um jornal (o Krone) e declarasse apoio ao FPÖ, poderia conseguir contratos lucrativos com o governo.
Após a revelação, Strache renunciou e Kurz convocou eleições parlamentares, em meio à demissão em massa de ministros do FPÖ. Com a crise, o partido social-democrata SPÖ decidiu impetrar uma moção de desconfiança contra Kurz, que deve permanecer no cargo como chanceler interno.
Com a decisão, Kurz entrou para a história o premiê que menos tempo ficou no cargo na história da Segunda República Austríaca (desde 1945): 525 dias.
Edição: Opera Mundi