No próximo mês de outubro a Bolívia realizará seu processo eleitoral
O espetáculo de crescimento que a Bolívia tem vivido nos últimos anos fez com que o país deixasse o posto de mais pobre e desigual do continente para se tornar um lugar de prosperidade e desenvolvimento acelerado.
A Bolívia, nome dado em homenagem a seu libertador Simón Bolívar, foi um dos países mais saqueados pela coroa espanhola. A cidade boliviana de Potosí foi a maior produtora de prata do mundo e o processo de exploração, usando a população indígena como escrava, tornou a Espanha uma das nações mais ricas da Europa, deixando um rastro de destruição e miséria no país andino.
Após a independência, em 1825, a Bolívia viveu um processo sangrento de revoluções e guerras civis e os intervalos de estabilidade política foram pequenos. Se envolveu em guerras pela defesa de seus territórios com Brasil, Argentina, Perú, Paraguai e Chile. Foi derrotada em quase todas e inclusive perdeu seu acesso ao mar para o Chile.
Nas décadas mais recentes, desde a revolução de 1952, o país tem enfrentado crises intermináveis, com oscilações de governos ditatoriais e neoliberais. O resultado na economia foi o declínio das receitas, uma situação de hiperinflação e uma imensa dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI), e o mais grave, em 2004, 63% da população boliviana estava abaixo da linha da pobreza.
Desde que assumiu o governo em 2005, Evo Morales iniciou o processo de transformação na Bolívia baseado em três premissas: 1) a nacionalização das riquezas minerais (principalmente as grandes reservas de petróleo, gás e lítio); 2) investimento estatal planejado (com ênfase na distribuição de renda e riqueza e no fortalecimento das políticas sociais) e 3) estabilidade política e social (com um partido forte, participação popular e dos movimentos sociais).
O resultado, nesses 13 anos de governo, foi o crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) de 5%, muito superior, no mesmo período, às taxas dos Estados Unidos (EUA) e dos países sul-americanos. O “milagre econômico boliviano" resultou no controle da inflação e na manutenção de imensas reservas monetárias além do aumento nos números da inclusão social.
No próximo mês de outubro a Bolívia realizará seu processo eleitoral. A julgar pela imensa popularidade e a multidão de mais de meio milhão de pessoas que compareceram ao comício de lançamento de candidatura de Evo Morales nesse último sábado (25), a Bolívia seguirá adiante.
Edição: Vivian Virissimo